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Ideias

“Na lógica capitalista, é melhor que os idosos morram”, diz Alysson Mascaro

Nas sociedades capitalistas, a morte de idosos é tratada como lucro e a saúde como mercadoria, afirmou o filósofo e jurista. O professor da USP defendeu a extinção do modo de produção “baseado na exploração dos seres humanos” como a única forma de garantir o acesso pleno à educação e à saúde. Assista na TV 247

(Foto: Reprodução | ABr)
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247 - O filósofo e jurista Alysson Mascaro, em entrevista à TV 247, comentou o caso da Prevent Senior, uma das maiores operadoras de saúde do país, que pressionava médicos a receitar o chamado ‘tratamento precoce’ contra a Covid-19. Mascaro defendeu que o lucro jamais pode ser a motivação central para um serviço básico, como a saúde, especialmente em tempos de pandemia.

“Não tenho dúvida que aquelas questões que são vitais para os seres humanos e para a nossa sociedade não devem ser objeto de exploração e lucro. De modo algum nós devemos imaginar que uma sociedade avançada é aquela que faz do nosso corpo, da nossa doença, da nossa saúde, da nossa vida ou da nossa morte estratégia de lucro”, afirmou.

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No capitalismo, a morte de idosos é tratada como lucro, pontuou Mascaro. “Portanto, imaginemos nós que na sociedade capitalista há quem pega uma planilha e diz assim: ‘se morrerem tantas pessoas com mais idade, eu me livro de um fardo de pagamentos de serviços tais e quais, então, é melhor que morram’. Isto é uma planilha. Esta planilha, efetivamente, é a lógica do capitalismo. Quero dizer de modo muito assertivo, é fundamental nós termos a dignidade do pensamento e da ação para lutarmos por um mundo em que a saúde não seja mercadoria, sem que ela seja estratégia de lucro privado, como deveria ser também a educação”. 

Para ele, a extinção do modo de produção “baseado na exploração dos seres humanos” é a única forma de garantir o acesso pleno à saúde e à educação. “Por que alguém vai lucrar em cima de um ser humano que busca conhecer o mundo, o universo, as ciências. Isso deveria ser gratuito para que todas e todos na humanidade pudessem se emancipar, pudessem se forjar, pudessem estar na linha de frente do saber humano, e este saber não fosse apenas exclusivista para algumas e alguns. A saúde também deve ser para todas e todos, de tal modo que o modelo que nós temos no Brasil de saúde pública aponta para esse horizonte, mas falta muito. Só é possível haver saúde sem que haja exploração e sem que haja lucratividade em cima das nossas vidas, dos nossos corpos, da nossa existência ou da nossa morte. Só é possível haver isso quando não houver mais uma sociabilidade capitalista, um modo de produção baseado na exploração de seres humanos”, completou. 

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