AGU revê posições dos governos Temer e Bolsonaro e se posiciona contra lei da Ferrogrão, mas defende destravar estudos
Liminar de 2021 do STF travou estudos sobre a obra que escoaria mercadorias do Mato Grosso, pelo chamado Arco Norte, na Amazônia

247 - A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que revogue parcialmente a liminar que, desde 2021, trava os procedimentos para a concessão da ferrovia Ferrogrão, informa a Folha de S. Paulo. A obra escoaria mercadorias, sobretudo grãos, de uma das principais regiões produtoras do País, o Mato Grosso, pelo chamado Arco Norte, na Amazônia.
A ação vem após a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, ter enviado à AGU um pedido para que o ministro-chefe do órgão, Jorge Messias, reveja as posições tomadas em defesa do desenho da obra, aprovado em 2019 pela ANTT e prestes a ser reavaliado pelo STF até o fim do mês.
Ao mesmo tempo, o órgão concordou com o argumento dos indígenas de que a alteração na área do Parque Nacional do Jamaxin (PA) foi inconstitucional. Segundo a AGU, a mudança deveria ter sido feita via projeto de lei e não por medida provisória, como ocorreu.
Quanto à questão do território, a pasta afirma que recebeu "novas informações técnicas" apresentadas por órgãos ambientais e, por isso, agora passará a ser contrária à lei vigente. O órgão também aponta necessidade de haver "contrapartida" em termos de área ambiental a ser protegida.
Em sessão marcada para a próxima quarta-feira (31), o STF decidirá se referenda ou não a liminar do ministro da Corte Alexandre de Moraes datada de 2021, que anulou MP do governo Michel Temer e restaurou os limites do Parque Nacional do Jamaxin (PA), atendendo a um pedido do Psol.
Moraes paralisou os processos relacionados à Ferrogão, em especial aqueles em trâmite na Agência Nacional dos Transporte Terrestres (ANTT), no Ministério da Infraestrutura e no Tribunal de Contas da União (TCU), o que acabou travando estudos sobre a obra.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
O conhecimento liberta. Quero ser membro. Siga-nos no Telegram.
A você que chegou até aqui, agradecemos muito por valorizar nosso conteúdo. Ao contrário da mídia corporativa, o Brasil 247 e a TV 247 se financiam por meio da sua própria comunidade de leitores e telespectadores. Você pode apoiar a TV 247 e o site Brasil 247 de diversas formas. Veja como em brasil247.com/apoio
Apoie o 247
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247