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Meio Ambiente

Dia da Água: lodo de estações de tratamento vira gás combustível

Menos de 5% do lodo sanitário é reaproveitado no território nacional, de acordo com o IBGE

Carro da Sabesp é abastecido com gás produzido a partir do lodo em uma estação de tratamento de esgoto no município de Franca (SP) (Foto: Divulgação)
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247 - A Associação Brasileira do Biogás (Abiogás) informou nesta quarta-feira (22), Dia Mundial da Água, que o lodo em aterros sanitários no Brasil pode gerar cerca de 6 milhões de metros cúbicos de gás por dia, o equivalente ao atual mercado de gás natural veicular (GNV) no País. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menos de 5% do lodo sanitário é reaproveitado no território nacional. 

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem um projeto na cidade de Franca (SP) e que transforma resíduos do tratamento de esgoto em combustível para veículos. Mais de R$ 7 milhões foram investidos na proposta, desenvolvida em parceria com o Instituto Fraunhofer, da Alemanha. Com o uso de resíduos para a produção diária de combustível, a estação do município, que trata 500 litros de esgoto por segundo, pode abastecer 40 veículos leves da frota da Sabesp. 

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Segundo o jornal O Globo, o vice-presidente da Abiogás, Gabriel Kropsch, disse que o "potencial é enorme" para o País transformar tratamento de esgoto em combustível e "pode servir de indutor de novos projetos de saneamento, pois diversas cidades no Brasil não sabem o que fazer com esses resíduos". "Podem gerar energia e combustível bem próximo dos centros de consumo, onde está a demanda. Isso pode ajudar as empresas de saneamento a investir mais, pois é uma fonte de receita".

No estado do Rio de Janeiro, a Prolagos, do Grupo Aegea, iniciou este ano um projeto para transformar duas toneladas de lodo gerado por dia em gás ou um tipo de carvão vegetal (chamado biochar), usado na agricultura para recuperar solos degradados. O projeto nasceu foi por conta de uma parceria com Secretaria Estadual de Ciência, Agência Estadual Reguladora de Energia e Saneamento do Rio (Agenersa), Universidade Federal Fluminense (UFF) e a prefeitura de Arraial do Cabo.

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O doutor em Engenharia de Produção pela UFF Rodolfo Cardoso,  responsável pela proposta, afirmou que "os testes que serão realizados produzirão resultados inovadores no País". "Vamos analisar quais as melhores formas de reaproveitamento do lodo, impactando não só empresas voltadas para o saneamento, como outras indústrias".

Segundo Pedro Freitas, diretor-presidente da Prolagos, o projeto tem como objetivo construir modelos que possam ser adaptados a diferentes condições de estações de tratamento de esgoto no Rio. "Esse investimento vai permitir transformar o lodo, um passivo ambiental de alto impacto, em benefícios para a natureza e a sociedade".

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Existem empresas testando aplicações como a produção de fertilizantes, adubos, tijolos e cerâmicas. O Grupo Águas do Brasil testa o reaproveitamento do lodo na produção de telhas, tijolos e compostos orgânicos para a agricultura em estações de tratamento da Região dos Lagos fluminense.

Executiva da empresa, Marilene Ramos afirmou que um dos objetivos dos participantes do projeto é evitar que o lodo seja despejado em aterros sanitários. "Concessionárias como Águas do Imperador, Águas de Nova Friburgo e Zona Oeste Mais Saneamento enviam todo o lodo de tratamento de esgoto para composteiras, que geram adubo para agricultura".

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