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    Efeitos das mudanças climáticas em 2024 expõem nova era de desastres extremos

    Ondas de calor, inundações e ciclones devastaram diversas regiões do mundo, com impactos humanitários e econômicos sem precedentes

    (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
    Guilherme Levorato avatar
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    247 - Nenhum canto do planeta esteve imune ao impacto das mudanças climáticas em 2024, o ano mais quente já registrado na história. Da pequena Mayotte, um território ultramarino francês, até as grandes potências como Estados Unidos, Brasil e China, a crise climática trouxe desastres extremos que marcaram o período, lembra a AFP, em reportagem repercutida pelo jornal O Globo. Segundo a World Weather Attribution (WWA), organização especializada em estudar a relação entre eventos climáticos extremos e o aquecimento global, quase todos os desastres analisados no último ano foram exacerbados pelas mudanças climáticas.

    Em declaração à WWA, a cientista climática Friederike Otto destacou: "os impactos do aquecimento global causado pelos combustíveis fósseis nunca foram tão claros ou devastadores quanto em 2024. Estamos vivendo em uma nova era perigosa". Esse alerta reverbera em eventos como o calor extremo na Arábia Saudita, onde temperaturas chegaram a 51,8°C, causando mais de 1,3 mil mortes durante a peregrinação do hajj, e as enchentes históricas que atingiram países na África, Europa e Ásia.

    Ondas de calor mortais e o "assassino silencioso" - As temperaturas extremas se consolidaram como um dos maiores desafios climáticos do ano. Na Índia, crianças foram mantidas em casa devido ao calor sufocante que ultrapassou os 50°C, enquanto no México, macacos bugios caíam mortos das árvores devido às altas temperaturas. Na Europa, a Grécia viveu sua primeira onda de calor do verão, que forçou o fechamento da Acrópole e resultou em incêndios devastadores, agravando ainda mais o cenário climático do continente.

    Inundações e tempestades intensificadas - O aumento das temperaturas também resultou em chuvas torrenciais que provocaram destruição em vários países. Em abril, os Emirados Árabes Unidos enfrentaram uma precipitação equivalente a dois anos em apenas um dia, transformando desertos em mares. Já no Quênia, enchentes históricas seguiram uma severa seca, afetando milhões de pessoas e causando mais de 1,5 mil mortes na África Ocidental e Central.

    Na Europa, a Espanha foi severamente atingida, especialmente na província de Valência, onde inundações em outubro mataram mais de 200 pessoas. Países como Brasil, China, Estados Unidos e Índia também enfrentaram eventos semelhantes, mostrando que nenhuma economia, rica ou pobre, está imune.

    Ciclones e o aumento da intensidade das tempestades - Os oceanos mais quentes forneceram energia para ciclones tropicais mais intensos. Em 2024, furacões como Milton, Beryl e Helene atingiram as Américas, enquanto o tufão Yagi devastou o Sudeste Asiático. Em dezembro, o ciclone Chino, alimentado pelo aquecimento global, atingiu Mayotte, destruindo grande parte da infraestrutura local e evidenciando as consequências das mudanças climáticas até mesmo em territórios historicamente marginalizados.

    Secas severas e incêndios florestais catastróficos - Enquanto algumas regiões enfrentaram chuvas excessivas, outras lidaram com secas devastadoras. No Brasil, a estiagem entre junho e agosto resultou em prejuízos de US$ 2,7 bilhões para o setor agrícola, afetando diretamente a segurança alimentar. Na América do Norte, incêndios florestais consumiram milhões de hectares no Canadá e nos Estados Unidos, enquanto a bacia amazônica, um dos biomas mais úmidos do mundo, foi sufocada por mais de 400 mil focos de incêndios apenas nos primeiros nove meses do ano.

    Impactos econômicos e sociais - Os desastres climáticos custaram milhares de vidas e causaram prejuízos econômicos incalculáveis em 2024. De acordo com a gigante de seguros Swiss Re, os danos globais totalizaram US$ 310 bilhões (cerca de R$ 1,91 trilhão). Nos Estados Unidos, 24 eventos climáticos registraram perdas superiores a US$ 1 bilhão cada. Na Europa, além das mortes, as inundações em Valência contribuíram significativamente para o aumento desses custos.

    Enquanto isso, o impacto humano segue alarmante. No sul da África, uma seca prolongada ameaça a vida de 26 milhões de pessoas, que enfrentam fome severa. O Brasil, por sua vez, encara desafios climáticos que comprometem a produção agrícola e pressionam a economia.

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