Filhote de paca nasce após intercâmbio de animais entre Klabin e Itaipu
Programa de troca de animais entre RBV e PEK visa fortalecer a reprodução de espécies e ampliar a diversidade genética para a conservação da biodiversidade
247 - O nascimento de um filhote de paca no Parque Ecológico Klabin (PEK), em Telêmaco Borba (PR), marca o primeiro resultado positivo do intercâmbio de animais silvestres entre a instituição e o Refúgio Biológico Bela Vista (RBV), mantido pela Itaipu Binacional. A iniciativa, realizada em abril de 2024, tem como objetivo ampliar a diversidade genética e reforçar a conservação da fauna na região.
Na troca, a Klabin recebeu três pacas – duas fêmeas e um macho – e enviou ao RBV um casal de gatos-maracajá. Uma das pacas introduzidas no PEK acasalou com o único macho da espécie no local, resultando no nascimento do filhote no início de janeiro. O evento foi comemorado pelas equipes das duas instituições, que veem a iniciativa como um avanço para os programas de reprodução de espécies.
“O intercâmbio de animais entre Itaipu e instituições parceiras é essencial para fortalecer os programas de reprodução e aumentar a diversidade genética, contribuindo para a conservação da biodiversidade”, afirma Fabiana Stamm, zootecnista da Itaipu. O coordenador do PEK, Paulo Schmidlin, também destaca o impacto positivo do projeto: “Além de expandir o conhecimento técnico e aprimorar nossos bancos genéticos, a reprodução desse animal ressalta a importância da conservação de espécies ameaçadas e estimula a conscientização da população.”
O sexo do filhote ainda não foi identificado, pois a equipe do PEK está respeitando seu período inicial de desenvolvimento. Ele permanece no recinto junto aos pais e será monitorado para futuras avaliações. Dependendo de seu comportamento, poderá ser realocado para outro espaço.
As pacas e os gatos-maracajá desempenham papéis ecológicos importantes. Enquanto as pacas atuam como dispersoras de sementes, os felinos ajudam a manter o equilíbrio ambiental ao controlar populações de espécies menores. Segundo o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada do Paraná, o gato-maracajá está classificado como espécie em perigo de extinção, enquanto a paca é considerada vulnerável.
Intercâmbio e conservação
O intercâmbio entre RBV e PEK foi planejado para recompor os plantéis de acordo com os planos de manejo das instituições. Como as pacas deixaram de integrar as espécies prioritárias do RBV, a Itaipu optou por reforçar seus esforços na reprodução de outros roedores, como a cutia.
Os dois gatos-maracajá enviados pela Klabin se juntaram aos cinco já existentes no RBV, que agora conta com um programa voltado à reprodução da espécie. Antes dessa troca, Itaipu já havia enviado suas últimas três jaguatiricas ao Gran Parque Iberá, na Argentina, realocando esforços para a conservação dos gatos-maracajá.
Sobre o RBV e o PEK
O Refúgio Biológico Bela Vista abriga cerca de 325 animais de 53 espécies, distribuídos em uma área de 1.780 hectares. A instituição se destaca por seus programas de reprodução, sendo referência global na criação da harpia, ave-símbolo do Paraná, além de atuar na reprodução de onças-pintadas e veados-bororó. O RBV também contribuiu para a reintrodução de jaguatiricas e mutuns-de-penacho na Argentina.
Já o Parque Ecológico Klabin, criado nos anos 1980, mantém um plantel de aproximadamente 120 animais de 35 espécies. Com uma área de 9.852 hectares, sendo 91,6% composta por florestas nativas, o PEK desempenha um papel crucial na conservação da fauna e flora da região. Além da reabilitação de animais silvestres, o espaço é utilizado para educação ambiental e pesquisas científicas.
