Inverno de 2023 é o mais quente da história na cidade de SP, diz Inmet
De acordo com o instituto, a média das temperaturas máximas ficou em 29,5°C. No Brasil, capitais bateram seus recordes de calor e outras também devem superar suas marcas
247 - O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) informou que o inverno de 2023 da cidade de São Paulo (SP) foi o mais quente na história da capital paulista. De acordo com o instituto, a média das temperaturas máximas ficou em 29,5°C contando todas as tardes da estação até esta quinta-feira (21). No Brasil, três capitais bateram seus recordes de calor para o ano de 2023 nessa quarta (20) e outras oito também devem superar suas marcas até o fim de semana.
Geralmente, a média da temperaturas máxima no inverno é de 23,6°C (1961 a 2019) na cidade de São Paulo. Em 2022, a média foi de 24,7°C. O dia mais quente deste ano foi o último domingo, 17 (33,9°C). Outras cidades paulistas podem ter recorde de calor. Araçatuba registrou 37,4ºC em 12 de setembro. No dia seguinte Bauru teve a média de 36,9ºC e nesta semana deve chegar aos 40ºC. Presidente Prudente registrou 36,9ºC no dia 13 e deve bater os 41ºC. Na região do Vale do Paraíba, a máxima deve ser de 37°C. Taubaté e Guaratinguetá devem marcar 38°C. >>> “É importante pensar no valor da floresta em pé”, diz ministra Guajajara em Nova York
O aumento da temperatura tem relação direta com o El Niño muito mais rigoroso neste ano e com a Crise do Clima (causada pela emissão de gases de efeito estufa), que torna os eventos climáticos extremos mais comuns. O El Niño ocorre em intervalos de cinco a sete anos . Tem duração média que varia entre um ano a um ano e meio. Os ventos alísios, que saem dos trópicos em direção à linha do Equador, sopram no sentido leste-oeste, mas perdem força quando ocorre o fenômeno nos últimos meses do ano. Por consequência, dificulta a chegada de massas de ar frias no Brasil, o que gera calor e aumento da temperatura.
As águas do Oceano Pacífico se tornam mais quentes. Algumas das consequências do El Niño é o tempo quente e seco nas regiões sul e sudeste da Ásia, e na Oceania principalmente na Austrália e Nova Zelândia. As ilhas da região central do Pacífico têm aumento no volume de chuvas. A costa oeste da América do Norte registra um tempo quente e chuvas muito intensas no verão. Na América Central, o tempo se torna quente e seco. >>> BID e BB acertam crédito de US$ 250 milhões para bioeconomia na Amazônia
De acordo com o boletim, desde junho de 2023 as condições observadas de temperatura da superfície do mar mostram um padrão típico do fenômeno El Niño. Este padrão se apresenta na forma de uma faixa de águas quentes em grande parte do Oceano Pacífico Equatorial que, próximo à costa da América do Sul, são superiores a 3°C. Neste ano, um efeito do El Niño foram as chuvas registradas no Rio Grande do Sul, entre 1º e 19 de setembro, cujos volumes ficaram em torno de 450 milímetros (mm). Nos demais estados do País, foi registrado um déficit de precipitação, com volumes superiores a 50 mm, abaixo da média histórica, na Região Norte.
Para o próximo trimestre (outubro, novembro e dezembro) a previsão indica maior probabilidade de chuva abaixo da faixa normal entre o leste, centro e faixa norte do Brasil. Entre a Região Sul, parte de Mato Grosso do Sul e de São Paulo, a previsão indica maior chance de chuva acima da faixa normal. Esta previsão reflete as características típicas de El Niño sobre o Brasil. Já a previsão de temperatura indica maior probabilidade de valores acima da faixa normal na maior parte do País. >>> Brasil corre risco de mais inundações, incêndios e seca nos próximos meses
Em relação a previsão do armazenamento de água no solo, parte sul de Mato Grosso do Sul e de São Paulo, além da Região Sul, indicam a manutenção da umidade no solo, com valores maiores que 70%. É importante ressaltar que com a atuação do El Niño, há probabilidade de ocorrência de grandes volumes que podem contribuir para a elevação dos níveis de água no solo, com valores superiores a 90%, ocasionando, inclusive, excedente hídrico.
Já as vazões naturais no rio Madeira apresentam valores 35% abaixo da média para o mês, e no rio Xingu, valores próximos à média para o mês. A situação de armazenamento nos reservatórios do SIN atingiu 75,7% e, nos da Região Nordeste, 48,1%, uma realidade melhor que a observada nos últimos quatro anos para esse mesmo período, porém, com situação crítica em pelo menos 12 sistemas hídricos locais regulados pela ANA.
