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Meio Ambiente

“O maior patrimônio do Brasil, com quem ninguém compete, é a biodiversidade”, diz o biólogo Gustavo Malacco

O biólogo e presidente da Associação para a Gestão Socioambiental do Triângulo Mineiro (ANGÁ) apresentou na TV 247 a importância da criação de uma unidade de conservação no cerrado de Uberaba e a necessidade de valorizarmos o ecoturismo no Brasil. Assista

(Foto: Victor Castanho/Brasil247 | Martins)
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247 - Em entrevista à TV 247, o biólogo e presidente da Associação para a Gestão Socioambiental do Triângulo Mineiro (ANGÁ), Gustavo Malacco, comentou sobre a importância da criação de uma unidade de conservação no cerrado do município de Uberaba (MG). Segundo ele, em seu local de estudo, localizado na parte alta dos rios Uberabinha e Claro, estão presentes 135 espécies de peixes, 62 de anfíbios, 68 de répteis, 312 de aves e 101 de mamíferos, além das 210 espécies vegetais. São cerca de 50 espécies consideradas ameaçadas de extinção, incluindo o raríssimo bacurau-de-rabo-branco (Hydropsalis candicans), do qual se conhecia apenas uma população no Brasil até essa outra ter sido encontrada em Uberaba.

Comentando sobre a falta de infraestrutura ecoturística no Brasil, Gustavo afirma: “o maior patrimônio do Brasil, com quem ninguém compete, é a biodiversidade. Quanto de renda com ecoturismo deixamos de captar? Só com unidades de conservação, os Estados Unidos fazem dez vezes o que fazemos com a totalidade do turismo”. Segundo dados citados na entrevista e disponibilizados pela U.S. Fish & Wildlife Service, nos Estados Unidos, cerca de $80 bilhões de dólares foram movimentados apenas pelo turismo de observação de vida selvagem no ano de 2016. Com esses dados em mente, o biólogo aponta a contradição: “Quem tem a maior Amazônia, hoje? O Brasil. Quem tem a maior savana tropical do mundo? O Brasil. Quem tem esse ecossistema vigoroso e belo que é a Mata Atlântica? O Brasil. Quem tem a Caatinga? O Brasil. Quem tem essa vasta costa oceânica, com ilhas e ecossistemas únicos? O Brasil. Mas estamos jogando isso fora para exportar minério, para exportar essa agricultura cheia de agrotóxico e para desmatar floresta e fazer pasto, vender madeira ilegal.”

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Tratando da questão da crise ambiental na gestão Bolsonaro, o presidente da Angá diz que “infelizmente nós estamos em uma pauta de flexibilização através de atos infralegais [...] em que se desconsidera a legislação maior (porque nós realmente temos uma política nacional de meio ambiente) e se começa a legislar no executivo com atos que a sociedade não pode debater no Congresso Nacional”. Acrescenta ainda sobre as casas legislativas que “não são um ambiente amistoso: as duas casas estão sendo comandadas hoje por dois personagens que demonstram claramente que não tem nenhum apreço à agenda ambiental”.

Sobre mudanças na burocracia ambiental, Gustavo afirma que “nós somos favoráveis [à desburocratização], pois quando, por exemplo, fomos fazer o processo de reintrodução do bicudo (ave em situação urgente por estar criticamente ameaçada de extinção), no norte de Minas, ficamos mais de um ano para passarmos o processo”. No entanto, o biólogo aponta uma distinção importante: “uma coisa é você melhorar o processamento administrativo, desburocratizar o processo. [Outra é] você passar a boiada, acabando com os órgãos de comando e controle.” Para que evitemos a passagem dessa boiada, Gustavo afirma: “nós temos que fazer nosso papel, que é cobrar. Hoje a pandemia evita que vamos à rua, mas temos de fazer muito barulho nas mídias sociais”.

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