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Veranico atinge pico com calor de até 39 °C no Centro-Oeste e Sudeste, enquanto temporais castigam o Sul

Fenômeno climático provoca calor fora de época em 10 estados e no DF; frente fria no Sul traz risco de granizo, ventania e até tornados isolados

População enfrenta forte onda de calor no Rio de Janeiro (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

247 - O terceiro veranico do ano chegou ao seu ponto máximo nesta sexta-feira (22) e deve se estender até o sábado (23), trazendo temperaturas acima de 35 °C em capitais do Sudeste e do Centro-Oeste. A informação é do g1, com dados da Climatempo e do Inmet.

Enquanto boa parte do país enfrenta calor intenso e ar seco, o Sul vive situação oposta: a chegada de uma frente fria provoca chuva volumosa, rajadas de vento e até risco de fenômenos severos, como granizo e tornados isolados.

Calor fora de época no Centro-Sul

O veranico é caracterizado por mais de quatro dias consecutivos de calor em pleno outono ou inverno, sem chuva significativa e com baixa umidade do ar. Esse padrão, segundo meteorologistas, não se confunde com ondas de calor, mas já traz impactos diretos à saúde e ao meio ambiente.

Em Cuiabá (MT), os termômetros marcam até 39 °C nesta sexta e devem repetir a mesma máxima no sábado. Campo Grande (MS) também sofre com o calor: previsão de 34 °C hoje e 35 °C amanhã. Goiânia (GO) deve chegar aos 32 °C, enquanto Brasília (DF) alcança 29 °C, sob céu aberto e tempo firme.

No Sudeste, capitais como São Paulo e Rio de Janeiro vivem uma prévia de verão. A capital paulista terá 33 °C nesta sexta e 32 °C no sábado, mas a chegada da frente fria deve derrubar as máximas para 21 °C no domingo. No Rio, o calor chega a 35 °C no sábado, antes de cair para 25 °C no dia seguinte.

Belo Horizonte e Vitória ficam em patamares mais amenos, com máximas próximas dos 28 °C. Ainda assim, a baixa umidade preocupa: no interior de Minas e de São Paulo, os índices podem cair para 12%, muito abaixo do limite considerado saudável.

Risco de queimadas e problemas respiratórios

Com a secura, aumenta a vulnerabilidade para queimadas e doenças respiratórias. Em Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, a umidade relativa do ar deve permanecer abaixo de 20% à tarde, nível considerado de alerta pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com o meteorologista César Soares, da Climatempo, a virada do tempo deve acontecer no domingo (24), quando uma massa de ar frio avança sobre áreas do Sul e do Sudeste.
“Com isso, a gente deixa de ter, ao menos por um período, essas altas temperaturas que vêm marcando os últimos dias”, explicou.

Chuvas fortes e frio no Sul

No Rio Grande do Sul, a sexta-feira começou com chuvas fortes que podem ultrapassar 100 mm em apenas 24 horas — volume superior à média de todo o mês de agosto. Pelotas, Rio Grande e Alegrete estão entre as cidades mais afetadas.

Em Porto Alegre, a sexta ainda registra máxima de 26 °C, mas a previsão indica queda brusca: 22 °C no sábado e apenas 14 °C no domingo, sob chuva persistente. Além da precipitação intensa, há alerta para rajadas acima de 90 km/h e possibilidade de granizo.

Santa Catarina e Paraná também devem sofrer mudanças drásticas. Florianópolis alcança 27 °C no sábado, mas não passa de 15 °C no domingo. Já Curitiba sai de dois dias quentes, com máximas de 28 °C, para mínima de 9 °C e tempo instável no domingo.

Nordeste e Norte: contrastes regionais

No Nordeste, o litoral segue sob instabilidade, com risco de alagamentos em cidades como Recife, João Pessoa e Natal, enquanto o interior permanece seco e quente. Teresina deve registrar até 36 °C no domingo.

Já no Norte, áreas de instabilidade se concentram em Roraima e no Amazonas. Manaus e Boa Vista terão pancadas de chuva intercaladas com máximas de 35 °C. Belém e Macapá, por outro lado, seguem com tempo firme.

Até quando vai o veranico?

Segundo os meteorologistas, o calor fora de época deve se prolongar até o início da próxima semana. O pico ocorre entre sexta e sábado, com temperaturas elevadas em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Cuiabá e Belo Horizonte. A partir de domingo, a tendência é de queda, especialmente no Sul e no Sudeste, devido ao avanço da massa de ar frio.