Após denúncia, tabloide News of the World deixará de circular

247 – O tabloide News of the World deixará de circular como edição dominical do The Sun, da empresa News Corporation, do magnata Rupert Murdoch. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, após o jornal ter recebido acusações de grampo a parentes dos soldados britânicos mortos no Afeganistão e no Iraque, e de vítimas dos atentados de 7 de julho de 2005, em Londres. “O News of the World falhou em sua missão”, disse o executivo-chefe da News International – parte do conglomerado – e filho de Rupert Murdoch, James Murdoch, aos funcionários do jornal. A última edição da publicação será no próximo domingo, 10.

A polícia britânica Scotland Yard está investigando as acusações de grampos ao jornal, que já provocou a demissão do diretor de comunicação do governo e está sendo acompanhada pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron. O chefe de Estado passou a se dedicar ao assunto depois da revelação da invasão pelo jornal do correio de voz do telefone de Downer Milly, uma menina que desapareceu em 2002 e posteriormente foi encontrada morta. As gravações teriam sido feitas pelo detetive particular Glenn Mulcaire, que trabalhou para Rupert Murdoch.

Rupert Murdoch negou todas as acusações, considerando-as deploráveis e inaceitáveis. Em um comunicado divulgado pela empresa, porém, James Murdoch afirmou que, se as acusações recentes forem verdadeiras, elas são “desumanas” e não têm espaço na empresa. O jornal existe há 168 anos e tem um histórico de investigações policiais. As acusações ao veículo levaram ao cancelamento de diversos contratos publicitários recentemente.

Segundo o jornal “The Times”, cinco jornalistas e executivos suspeitos de envolvimento no caso devem ser presos nos próximos dias. Após as revelações, internautas organizaram um boicote contra o jornal e fizeram uma petição online assinada por 115 mil pessoas contra a aquisição da BSkyB (British Sky Broadcasting) por Murdoch, pela concentração ainda maior que causaria ao mercado da comunicação no Reino Unido.