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Caso Policarpo-Cachoeira seria pior do que Murdoch?

Na Inglaterra, editora chegou a ser detida e o presidente do jornal News of the World (hoje fechado), Rupert Murdoch, foi obrigado a se esclarecer ao parlamento inglês sobre a prática de grampos ilegais; no Brasil, Veja encomenda gravação a contraventor e não publica notícia que prejudicaria sua fonte

Caso Policarpo-Cachoeira seria pior do que Murdoch? (Foto: JIM URQUHART/Reuters)
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247 – Quem de início achou exagerada a comparação do caso Veja e Cachoeira com o escândalo dos grampos do jornal britânico News of the World, do magnata Rupert Murdoch, tem agora provas concretas para acreditar não só na aproximação entre os dois casos, mas na possibilidade de que a relação de Policarpo Júnior com o bicheiro pode ser ainda pior.

Até então, os argumentos utilizados pela revista mais lida do País – das poucas vezes em que falou sobre o caso – eram de que a relação dos dois era de jornalista e fonte. No mundo da imprensa, torna-se aceitável manter como fonte alguém que seja acusado de crimes – como é o caso de Carlos Cachoeira – desde que haja a possibilidade de publicar informações e denúncias que sejam de interesse público.

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No episódio em si, no entanto, não foram apenas produzidas reportagens com base nas notícias de Cachoeira, mas omitidas informações que pudessem prejudicar seus interesses e protegidos os políticos e empresas parceiras da organização criminosa. Diálogos revelados pela Polícia Federal, por exemplo, dão conta de que Policarpo Júnior costumava tranquilizar sua fonte quanto a isso. Na revista CartaCapital desta semana, Policarpo encomenda até um grampo ilegal a Cachoeira (leia mais).

Na Inglaterra, a jornalista Rebekah Brooks chegou a ser presa e interrogada por 12 horas e o dono do conglomerado News Corporation, Rupert Murdoch, e seu filho, James Murdoch, tiveram de prestar outras longas horas de esclarecimentos ao parlamento britânico por acusações de grampos ilegais. O jornal que praticava o método, News of the World, foi fechado. E quando a denúncia de que celulares de celebridades e políticos eram grampeados, a população se revoltou.

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As punições ocorreram com base no crime dos grampos ilegais, sem qualquer comprovação de que o tablóide inglês favorecia essa ou aquela fonte ao deixava de publicar determinadas notícias, como mostra o caso da revista Veja. No Brasil, a revista da Editora Abril não foi convocada para qualquer esclarecimento até agora, mas o cenário pode mudar na próxima semana, quando a CPI do Cachoeira, instalada no Congresso, pretende votar a convocação de Policarpo Júnior e do presidente da editora, Roberto Civita.

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