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Mídia

Cuidado: o Twitter pode demitir você

Funcionrios criticam empresas onde trabalham pela rede e sofrem represlias; Folha de S.Paulo demitiu dois reprteres na semana passada

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Gisele Federicce_247 – Após cinco anos de existência, o Twitter está longe de cumprir apenas a simples função para a qual foi criado: reportar o que os usuários estão fazendo àquele momento. A rede social já foi usada para denunciar crimes de racismo, meio de investigar pessoas importantes (como políticos e celebridades) e motivo para demissões de funcionários. O caso mais recente é o do jornal Folha de S.Paulo, que demitiu na semana passada os repórteres Alec Duarte e Carolina Rocha, esta do jornal Agora, pertencente ao mesmo grupo.

A história se resume em um diálogo de três frases entre os dois funcionários, após a morte do ex-vice-presidente José Alencar, publicado na rede social e replicado na coluna da Ombudsman Suzana Singer, neste domingo, 03. “Repórter da Folha: ‘Nunca um obituário esteve tão pronto. É só apertar o botão’. Repórter do Agora: ‘Mas na Folha.com nada ainda... esqueceram de apertar o botão. rs’ (risos). Repórter da Folha: ‘Ah sim, a melhor orientação “ever”. O último a dar qualquer morte. É o preço por um erro gravíssimo’.”, escreveu Singer.

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A Ombudsman da Folha declara na coluna que se trata de “um diálogo ruim, sob todos os pontos de vista”. E aponta os seguintes problemas: insensibilidade por jogar na cara do leitor o fato de haver obituários prontos, criticar a própria empresa e relembrar um erro recente da companhia – no caso, a notícia publicada antes do tempo sobre a morte do senador Romeu Tuma, em setembro de 2010.

Carolina Rocha, a repórter do Agora, discorda plenamente da demissão e dos problemas apontados por Suzana Singer em relação ao diálogo em que ela participou. Em seu blog, ela publica um email enviado à Ombudsman em que diz acreditar ser uma grande hipocrisia “um jornal que zela tanto pela liberdade de expressão, que diz não admitir qualquer tipo de censura, praticar a mesma censura contra seus funcionários (...) Não conheço ninguém que tenha criticado a Folha e não tenha sofrido represália”.

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O problema é que, para alguns usuários, uma conta no Twitter deixa de ser apenas pessoal, dependendo de sua profissão, da empresa onde trabalha e, claro, das mensagens sobre seu meio corporativo. Um jornalista pode emitir opinião negativa sobre um empresário na rede social, por exemplo, e depois ser escalado para entrevistá-lo, o que fugiria à regra da imparcialidade da profissão. Uma história conhecida é a da Locaweb, que demitiu seu diretor comercial por ter falado mal da torcida do São Paulo, time que a empresa patrocinava. Ou como bem lembrado pela repórter do Agora, o caso de uma estagiária de direito que xingou nordestinos.

É aqui que entra a educação dos funcionários sobre o uso das mídias sociais por parte das empresas. De acordo com André Telles, especialista em mídias sociais e autor do primeiro livro sobre o tema no Brasil – “Orkut.com” – se uma empresa não tem o uso desse tipo de mídia em seu planejamento de comunicação, precisa criar uma política de uso, estabelecendo diretrizes que dependem, muitas vezes, do bom senso de cada um. “É essencial deixar claro o que pode e o que não pode sair da empresa, e estabelecer limites, sem forçar os funcionários”, explica.

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Nos Estados Unidos, a demissão de uma funcionária por parte da empresa de serviços de ambulância American Medical Response, no final de 2010, levou a agência que defende o direito dos trabalhadores do país (National Labor Relations Board) a mover um processo sobre o caso. Segundo o órgão, a companhia não tinha um documento claro sobre regras que determinassem o tipo de conteúdo que os funcionários poderiam divulgar em blogs, redes sociais ou qualquer outro meio de comunicação, o que não justificava uma demissão. No processo movido pelo órgão, a entidade alegava que qualquer funcionário tem direito de discutir termos e condições de trabalho com outros profissionais, mesmo que na internet, e isso representa uma “atividade protegida por lei”.

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