Cunha pode levar ao chefe da quadrilha, diz Mello Franco
Cunha acionou a máquina que instalou o 'vice decorativo' no comando do país. Pouco mais de um ano depois, ele pode virar peça-chave em outra derrubada de presidente. Preso em Curitiba, o ex-presidente da Câmara negocia um acordo de delação. (...) A negociação deve fermentar o debate sobre as delações. Um personagem com a folha corrida do ex-deputado, envolvido em escândalos desde o governo Collor, merece ter a pena reduzida em troca de informações à Justiça? Se a lógica for chegar ao topo da quadrilha, é possível que sim", escreve o colunista Bernardo Mello Franco
247 - Em sua coluna nesta sexta, o jornalista Bernardo Mello Franco analisa os desdobramentos da possível delação de Eduardo Cunha.
"Cunha acionou a máquina que instalou o 'vice decorativo' no comando do país. Pouco mais de um ano depois, ele pode virar peça-chave em outra derrubada de presidente. Preso em Curitiba, o ex-presidente da Câmara negocia um acordo de delação.
A promessa, informou a colunista Mônica Bergamo, é detonar os velhos parceiros do PMDB da Câmara. No centro da mira, está o presidente Temer. Ao lado dele, os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.
(...)
No século passado, Carlos Lacerda (1914-77) ganhou a alcunha de "derrubador de presidentes". Cunha se candidata a herdar o título, mesmo sem as qualidades do udenista.
A negociação deve fermentar o debate sobre as delações. Um personagem com a folha corrida do ex-deputado, envolvido em escândalos desde o governo Collor, merece ter a pena reduzida em troca de informações à Justiça? Se a lógica for chegar ao topo da quadrilha, é possível que sim.
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