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      Economist chama Argentina de maior perigo do século

      Com o jogador Messi na capa, publicação britânica expõe os problemas de uma economia que vive "um século de decadência" e o que outros líderes têm a aprender com os erros de Buenos Aires

      Com o jogador Messi na capa, publicação britânica expõe os problemas de uma economia que vive "um século de decadência" e o que outros líderes têm a aprender com os erros de Buenos Aires (Foto: Roberta Namour)
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      SÃO PAULO - Há cerca de cem anos, a Argentina era vista como terra de grande potencial econômico pelos empreendedores europeus da época. Com um PIB (Produto Interno Bruto) per capita que superava Alemanha e França, enormes favorecimentos para o desenvolvimento de atividades agrícolas, uma população com bom nível de educação e um modelo vanguardista de governo democrático, o país vizinho saltava aos olhos de muitos investidores durante as primeiras décadas do século passado.

      De lá para cá, as perspectivas viraram de ponta-cabeça. De país dos sonhos, os hermanos agora lidam com o rótulo de umas economias mais defasadas dentre os emergentes, assolada em uma crise que já se arrasta por décadas. Para a revista The Economist, em cem anos, a Argentina se tornou uma tragédia da economia contemporânea mundial. Na edição que entra em circulação neste fim de semana e traz o craque da seleção de futebol local, Lionel Messi, a publicação britânica faz uma extensa análise sobre a crise do país latino-americano, apontando a economia hoje liderada por Cristina Kirchner como o "verdadeiro perigo acidental do século XXI".

      Ao contrário de tempos atrás, quando diversos modelos de socialismos extremistas faziam sombra a economias capitalistas em momentos delicados, hoje o modelo argentino em crise, por si, representa mais riscos ao liberalismo do mercado do que modelos que se aproximem mais do leninismo russo, por exemplo, explica a Economist. "Quando as pessoas consideram o pior que poderia ocorrer com seus países, eles pensam em totalitarismo. Tendo em vista o fracasso do comunismo, isso não parece mais provável de acontecer", afirma a reportagem. "Deslizar casualmente em declínio não seria difícil. O extremismo não é um ingrediente necessário: instituições fracas, políticos nativistas, dependência preguiçosa em poucos ativos e uma presidente que se recusa em enfrentar a realidade farão o truque", completa a publicação britânica.

      A atual presidente Cristina Kirchner é uma das culpadas pela atual situação, mas não a única, na visão da Economist. Uma sucessão de lideranças populistas - que vão desde Juan e Evita Perón, presidentes do famoso modelo peronista, com traços presentes até hoje no estilo de governo da viúva do ex-presidente Nestor - tem uma grande parcela de responsabilidade sobre a perda da confiança do mercado internacional na Argentina.

      As tendências nacionalistas e defensoras da indústria nacional, repelindo a entrada de investidores estrangeiros, foram o calcanhar de aquiles para a derrocada da segunda maior economia da América do Sul, que hoje se vê em grandes dificuldades para lidar com a dívida pública, a inflação galopante, além da volatilidade cambial e a estagnação econômica. A ausência dos resultados que lhe foram confiados no começo do século passado fazem da Argentina um campo árido para investimentos, que terá que pensar o mais breve possível em novas soluções para voltar a atrair o interesse internacional e impulsionar ociosos segmentos da economia doméstica.

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