El País: Bolsonaro perdeu o escrúpulo e o respeito pelo cargo que ocupa
Editorial do jornal El País avalia que o presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump, possuem semelhanças no que se refere ao uso das redes sociais "para controlar as narrativas sobre o seu Governo em benefício próprio"; a diferença é que "o presidente brasileiro se entrega a essa tarefa com menos escrúpulos públicos ou respeito pelo cargo" do que Trump; afirmação se deve a postagem de um vídeo obsceno por Bolsonaro como forma de rebater as críticas contra o seu governo feitas por milhões de foliões em todo o país durante o carnaval
247 - O jornal espanhol El País publicou um editorial onde afirma que o presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, possuem semelhanças "no que se refere ao uso das redes sociais com mensagens polarizadoras, cuja intenção principal é controlar as narrativas sobre o seu Governo em benefício próprio". A diferença, segundo o jornal, é que "embora pareça difícil, o presidente brasileiro se entrega a essa tarefa com menos escrúpulos públicos ou respeito pelo cargo que ocupa do que o próprio Trump". A afirmação se deve a postagem de um vídeo obsceno feita por Bolsonaro nas redes sociais como forma de rebater as críticas contra o seu governo feitas por milhões de foliões em todo o país durante o carnaval.
"A mensagem vulgar de Bolsonaro no Twitter se junta a outros episódios protagonizados por ele e por alguns de seus ministros, que degradam diariamente a imagem do Brasil diante dos seus cidadãos e do resto do mundo", diz o texto do editorial. Como exemplos desta degradação estão na lista a ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, que, em 2013, afirmou ao fiéis de sua igreja de que havia pais holandeses que masturbavam seus bebês e o ministro da Educação, Ricardo Vélez, 'que propôs a ridícula ideia de que as escolas públicas gravassem imagens dos estudantes cantando o hino nacional, para terminar com o slogan da campanha de Bolsonaro, "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos"'
"É evidente que o presidente brasileiro se sente seguro usando e manipulando de forma tão certeira as redes sociais, com o apoio e o entusiasmo de seus fiéis seguidores. Mas não existe mundo paralelo que se sustente a longo prazo se não se adaptar à realidade", destaca o jornal.
Leia a íntegra no El País.
