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Boaventura: Bolsonaro 'está aprendendo' com Trump gesto de rejeitar resultado da eleição

O sociólogo português e professor Boaventura de Souza Santos diz que a reação de Trump de não admitir a derrota é presságio para eleição no Brasil em 2022. "Isso é uma escola e, para mim, Bolsonaro é um dos alunos mais aplicados", acredita

Boaventura Sousa Santos e Jair Bolsonaro (Foto: Beto Monteiro/Secom UnB | Marcos Corrêa/PR)
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247 - "Forças políticas, instituições e a sociedade no Brasil precisam se preparar: em 2022, a eleição presidencial no país corre o sério risco de repetir o cenário promovido por Donald Trump nos EUA neste ano. Nos últimos dias, o americano optou por tumultuar o processo eleitoral, proliferar acusações falsas de fraude e corrupção, além da recusa de aceitar os resultados da votação", assinala o jornalista Jamil Chade citando o alerta do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos

Respondendo uma pergunta sobre a situação social nos EUA hoje, Boaventura afirmou: "Existiu, ao longo dos 35 anos que eu estou nos EUA, uma degradação de um processo democrático, da sociedade em si mesmo. Cheguei aos EUA num momento em que havia a vibração da luta contra a guerra do Vietnã, do movimento dos direitos cívicos. Era uma sociedade americana extremamente vibrante em lutar pela redução da desigualdade. A partir dos anos 80, a sociedade se torna muito mais desigual e muitas das conquistas sociais foram anuladas".

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Sobre o gesto de rejeitar o resultado da eleição, o sociólogo lembra que Trump "já tinha avisado" que faria isso. "Na verdade, ele não é o único. Jair Bolsonaro já tinha feito o mesmo antes da eleição de 2018", diz ele. "Com todas as câmeras do mundo viradas para os EUA, a grande vingança de Trump é transformar isso em um reality show. Mas esse reality show é algo que custa e pode custar caro à democracia dos EUA. Isso tudo é extremamente perigoso para a democracia", acrescenta.

Sobre 2022 no Brasil, afirma 'não ter dúvidas' de que isso pode se repetir. "Isso é uma escola e, para mim, Bolsonaro é um dos alunos mais aplicados. Ele está vendo como se destrói uma democracia e por ver que as instituições brasileiras não são tão fortes para poder defender a democracia, como já vimos na Lava Jato. Os sinais que estamos tendo é que as instituições norte-americanas são fortes suficientes para poder travar esse gesto autoritário".

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"Bolsonaro é uma caricatura tropical de Trump. Tem o mesmo discurso, lidou a pandemia com negacionismo. Nos EUA, Trump deixou o negacionismo para usar a estratégia do bode expiatório. No Brasil, esses bodes expiatórios foram os governadores democráticos. Isso foi a forma de encobrir sua incompetência, que ficou claro. Esses governantes de extrema-direita são muito bons em destruir. Mas não sabem construir", observa. "Bolsonaro está aprendendo para usar no seu país, inclusive em 2022".

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