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Mídia

Em editorial, Fórum denuncia tentativa de silenciamento de sites de esquerda

Portal editado pelo jornalista Renato Rovai foi inserido em uma lista ao lado de sites de jogos de azar e de pornografia em um dos anexos da CPMI das Fake News

(Foto: Reprodução)
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Da Revista Fórum - O texto a seguir foi encaminhado nesta quarta-feira (3) à deputada federal Lídice da Mata, relatora da CPMI das Fake News, e a parlamentares que compõem a comissão, em decorrência de um erro num relatório que está em processo de análise e revisão.

São Paulo, 3 de junho de 2020

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Carta à deputada Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da CPMI das Fake News

Nesta quarta-feira (3) a Revista Fórum foi surpreendida ao ser citada em uma reportagem do Globo como “divulgadora de notícias falsas”, o que não condiz com 19 anos de história da publicação, cuja seriedade e compromisso social são reconhecidos no Brasil e também na América Latina por entidades de comunicação, professores universitários e jornalistas de diferentes meios.

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A reportagem utiliza como base um relatório produzido a pedido da CPMI das Fake News, elaborado pelos consultores legislativos Cristiano Aguiar Lopes e Daniel Chamorro Petersen, que solicitaram à Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), pela Lei de Acesso à Informação (LAI), quais sites teriam veiculado publicidade do governo federal por meio de mídias programáticas via Google.

Tal foi a surpresa é que este relatório faz referência a um anexo com 843 canais considerados inadequados que teriam veiculado publicidade governamental, entre eles sites de notícias falsas.

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Causa espanto a inclusão da Fórum nesta lista. No relatório, não há qualquer menção ao critério que levou a essa inclusão.

A Fórum vem denunciando há tempos a tentativa de silenciamento de sites com uma visão de mundo à esquerda por agências de checagens, que comparam veículos que têm décadas de atuação com blogs apócrifos recém-lançados e que, estes, sim, disseminam desinformação, ódio e teorias anticientíficas e negacionistas. No caso deste relatório é ainda mais grave, coloca a Fórum ao lado de sites de jogos de azar e de pornografia.

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Em junho de 2018 a Fórum já sofreu danos à sua imagem por conta de uma polêmica classificação sobre o rosário enviado a Lula pelo Papa Francisco. As agências Lupa e Aos Fatos foram “checar” a informação e rapidamente lhe pregaram o selo de “FALSA”, baseando-se numa primeira nota do site VaticanNews, que depois, entretanto, seria retificada duas vezes por ordem direta do Papa Francisco.

As duas agências atualizaram a informação, mas Aos Fatos e, num primeiro momento, também a Lupa mantiveram o selo. No dia 13, depois que o assessor do Papa, Juan Grabois publicou uma carta no Facebook dando a sua versão do ocorrido, a Lupa mudou o selo para “DE OLHO” e acrescentou um texto explicativo com uma placa de “ATENÇÃO”. A Fórum sofreu punição no Facebook por conta da classificação. A partir daí se iniciou um processo de perseguição dessas agências de checagem ao conteúdo da Fórum. Porque quem havia errado no caso e quem deveria ter corrigido seu conteúdo eram eles e não a Revista Fórum.

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Os métodos utilizados pelas agências vêm sendo contestados por diversos pesquisadores da área de comunicação. Quem checa os checadores? Quem escolhe o que será checado? Afinal a própria escolha da checagem já denota uma parcialidade. Quem os financia?

O jornalista Hugo Souza, por exemplo, contestou, em 23 de maio, a agência Aos Fatos, sobre uma checagem das “propostas” de Michel Temer no segundo aniversário do seu governo – ou seria do golpe? Para a agência, não, pois já havia cravado o selo de “exagerado” nessa definição do “impeachment”. Sendo assim quem vai definir se em 2016 foi golpe ou impeachment? As agências de checagem?

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Fórum foi apurar por que o veículo estaria classificado como “notícias falsas” pelo citado relatório. As únicas referências “falsas” à Fórum que teriam sido utilizadas no relatório dizem respeito à polêmica do terço do Papa; uma sobre referências nazistas entre apoiadores de Bolsonaro; gritos de Fora Bolsonaro em um jogo de futebol; uma matéria sobre artigo publicado no The New York Times que denunciava o processo de lawfare sofrido pelo ex-presidente Lula; e uma matéria de maio de 2017, que se trata de uma reprodução de outro veículo, onde é citada a fonte.

Sobre a matéria que dizia que apoiadores de Bolsonaro tinham feito saudação nazista, ela foi retificada 18 minutos depois da publicação, inclusive teve seu título alterado e incluída a seguinte informação: “Observação: Esta matéria foi atualizada logo após a sua publicação para adequação do título ao texto.” A matéria alerta sobre a maneira como os apoiadores de Jair Bolsonaro saúdam o presidente, lembrando saudações nazistas. Em outro momento, durante ato em frente ao Palácio do Planalto, paraquedistas fardados com gritos de “Boslonaro somos nós” fizeram uma adaptação de Heil Hitler, uma saudação nazista. Em vídeo recente, o presidente utilizou-se de copos de leite, outro símbolo apontado por pesquisadores como nazista. Vale lembrar ainda do vídeo do ex-secretário da Cultura, Roberto Alvim, semelhante ao do ministro de Adolf Hitler da Propaganda da Alemanha Nazista, Joseph Goebbels. São várias referências trazendo esse conteúdo.

Em relação à matéria sobre o The New York Times trata-se de um artigo publicado no jornal, assinado por Mark Weisbrot, em janeiro de 2018, onde o autor aponta que, ao agir de forma partidária, o ex-juiz Sergio Moro colocava a democracia brasileira à beira do abismo. “A evidência contra Lula está muito abaixo dos padrões que seriam levados a sério nos EUA”, dizia. A própria agência admite que o “New York Times publicou, sim, um texto do economista Mark Weisbrot, intitulado ‘A democracia do Brasil empurrada para o abismo’, criticando duramente o processo contra Lula”. Mas que não se tratava de um editorial do jornal. Em nenhum momento a Fórum afirmou isso, mas sim que o artigo havia sido publicado no diário norte-americano.

Outra checagem relacionada à Fórum é em relação a um vídeo que mostraria Jair Bolsonaro sendo expulso do estádio Mané Garrincha, em Brasília sob gritos de “Fora, Bolsonaro!”, no jogo entre Flamengo x Athlético Paranaense, em 16 de fevereiro de 2020. A agência afirma que o vídeo que havia viralizado nas redes sociais era falso. Fórum também afirmou isso em sua matéria, que foi atualizada e o leitor, informado. Este trecho foi incluído no mesmo dia: “Fórum apurou que de fato houve gritos de ‘Fora Bolsonaro’ no jogo entre Flamengo x Athlético Paranaense, mas como o vídeo que havia sido postado não era de hoje, o retiramos do post.” Fórum, portanto, retirou o vídeo, mas manteve a matéria, fiel aos fatos com outras referências.

Vale lembrar que a Fórum dispõe em todas as suas publicações de um canal de comunicação com o leitor, onde é possível comunicar erro, disponibiliza telefones e contatos no site. A Fórum tem 12 jornalistas profissionais trabalhando, seu editor, que assina este texto, é doutor em comunicação pela UFABC e mestre pela USP e autor de vários livros. Fórum também é uma das maiores audiências na internet no segmento de jornalismo on line. Diariamente são cerca de 70 matérias publicadas, entre reportagens, artigos, entrevistas e notas.

Enfim, Fórum não foi procurada em nenhum momento para se defender antes que fosse incluída como parte de uma nefasta organização criminosa que produz fake news, nem pelos consultores e nem pela relatoria desta comissão.

Solicitamos neste sentido que este relatório seja excluído do site do Senado e que esse direito à defesa nos seja concedido com a urgência devida.

Estamos absolutamente à disposição da CPMI.

Diretor de Redação

Renato Rovai

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