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Família Marinho luta para garantir entrega do pré-sal a estrangeiros

Família Marinho lançou ofensiva nesta quinta com objetivo de garantir que um dos principais alvos do golpe, a entrega do pré-sal às petroleiras internacionais, não corra riscos com as eleições; tema foi objeto de um editorial em O Globo e manchete do Valor Econômico, ambos veículos dos Marinho, com reverberação em outros meios de comunicação da família, que também não poupou ataques ao PT

Família Marinho luta para garantir entrega do pré-sal a estrangeiros

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247 - O editorial do jornal O Globo e a manchete do jornal Valor Econômico desta quinta-feira (20) apontam para a mais nova ofensiva da família Marinho, dona do grupo Globo e que apoiou o golpe de 2016 que jogou o país no caos social e econômico, para entregar o petróleo brasileiro às petroleiras internacionais sem que haja o "risco eleitoral", representado pelos presidenciáveis Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), contrários à entrega do pré-sal às grandes companhias petroleiras multinacionais.

Na ofensiva pela venda do pré-sal, O Globo, afirma em seu editorial que "o Brasil poderá ganhar na loteria" com o leilão de cessão onerosa do pré-sal previsto para o ano que vem, escondendo dos leitores que as áreas têm sido arrematadas por preços irrisórios, causando escândalo entres os estudiosos do mercado do petróleo. Agora, com parte do pré-sal já nas mãos das petroleiras internacionais, em detrimento da Petrobrás e da política de conteúdo nacional, a Família Marinho diz que o setor vai "de vento em popa", como se isso fosse resultado da gestão golpista que tem desmontado a empresa, quando na verdade acontece em função da alta do petróleo no mercado internacional. Para os Marinho, a venda do patrimônio e das riquezas nacionais é um "bom negócio para o país" - posição que a dinastia defende desde a década de 1940, em aliança com grandes grupos estrangeiros.

Na outra linha de frente, a manchete do Valor Econômico destaca que, "durante os dois anos de governo Michel Temer, uma série de mudanças regulatórias - como a flexibilização da política de conteúdo local e o fim da operação única da Petrobrás no pré-sal - ajudou a criar um clima de negócios mais favorável para as petroleiras. Tanto que, desde 2017, elas já desembolsaram R$ 21 bilhões nos leilões, para aquisição de ativos".

Em momento algum a reportagem explica que tais investimentos não guardam relação alguma com a capacidade da Petrobrás desenvolver a tecnologia necessária à exploração do pré-sal, conquistas alcançadas nos governos do PT e agora sob ameça. O jornal "vende" como vantagem o que é um evidente ataque ao desenvolvimento nacional, com o fim da política de conteúdo local, que visava estimular as empresas brasileiras e agora está praticamente enterrada.

O apoio dos Marinho é bem recebido pelos executivos das petroleiras que alegam que a "estabilidade jurídica" é necessária para o ritmo do setor. Nesta semana, a presidente da ExxonMobil no Brasil, Carla Lacerda, já havia declarado ao jornal que as mudanças regulatórias promovidas por Temer animaram multinacional a voltar aos leilões. A ExxonMobil adquiriu 23 áreas por R$ 6,7 bilhões.

A venda do petróleo é de total interesse dos grupos estrangeiro. Tanto que a 5ª rodada de leilão do pré-sal já atraiu 12 empresas – contando com a Petrobrás - 11 delas multinacionais: ExxonMobil, Chevron, Total, BP, Shell, Equinor, Ecopetrol, as chinesas CNOOC e CNPC, a alemã Wintershall e a QPI, do Qatar.

A matéria esconde também que os custos de extração do petróleo no pré-sal já se aproximam dos custos da exploração do petróleo no Oriente Médio, que se situa na faixa de US$ 7 o barril, num feito histórico da engenharia da Petrobrás. 

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