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Fernando Brito: o fim da crise só virá com eleição livre

Transcrevo trecho de um interessante artigo escrito, em seu blog, pelo professor Fernando Nogueira da Costa, do Instituto de Economia da Unicamp onde, a propósito de comentar texto "Os riscos da democracia", de seu colega Guilherme Santos Mello, que ajuda a explicar como são frágeis as fumaças de recuperação econômica, tão festejadas pelo Governo e pelos comentaristas neoliberais da grande mídia

Michel Temer, indústria, atividade industrial .2 (Foto: Gisele Federicce)
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Por Fernando Brito, do Tijolaço

Transcrevo trecho de um interessante artigo escrito, em seu blog, pelo professor Fernando Nogueira da Costa, do Instituto de Economia da Unicamp onde, a propósito de comentar texto “Os riscos da democracia”, de seu colega Guilherme Santos Mello, que ajuda a explicar como são frágeis as fumaças de recuperação econômica, tão festejadas pelo Governo e pelos comentaristas neoliberais da grande mídia.

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A “bicicleta” da economia não tem nada a impulsioná-la, apenas desliza numa conjuntura favorável. A força do consumo e do investimento que ele engendra, afinal, não estão sendo postas no pedal da produção. Ainda que a estrada não fique mais áspera, inércia não é capaz de fazê-la acelerar.

Risco político ou  desprezo pela democracia?

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Fernando Nogueira da Costa (trecho)

O fato de o crescimento ter se concentrado na agricultura (do lado da oferta) e nas exportações (como variável de demanda), mostra a fragilidade da recente pequena expansão da atividade. Ela é dependente de boas safras, preços internacionais de commodities e condições climáticas propícias à agricultura.

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A atual queda expressiva dos investimentos e a recorrente retração do consumo das famílias apontam para uma perspectiva nada animadora para o crescimento no período restante do governo temeroso. Apesar da rápida desaceleração da inflação, a demanda continua se retraindo por causa do efeito desemprego sobre a massa de rendimentos reais.

Assim, fracassa a estratégia neoliberal das atuais autoridades econômicas: a queda da inflação não provoca o aumento da renda real, apenas limita sua queda. Com a perda de direitos trabalhistas menos renda do trabalho haverá para promover a retomada do consumo. Com a queda das vendas, não há como recuperar a con­fiança do empresariado. O retorno dos investimentos depende da redução do grau de endividamento, da expectativa de lucros com vendas, de esgotamento da capacidade produtiva ociosa e de eventual inovação tecnológica com lançamento de nova linha de produtos.

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Se a estratégia neoliberal da austeridade econômica, iniciada com Levy em 2015 e aprofundada por Meirelles, ao aprovar a PEC do teto de gastos, tivesse sido bem-sucedida em promover algum crescimento sustentado, retomando a renda e emprego das famílias, certamente ela encontraria mais apoiadores dentro da sociedade. A função popularidade não estaria tão baixa, em que pese o enorme esforço midiático dos neoliberais em louvar um governo impopular e suas perversas reformas contra o povo.

Os golpistas encontram-se isolados, no Distrito Federal, “pela completa incapacidade de sua estratégia entregar o mínimo de bem-estar social para a grande maioria da população, enquanto mantém e garante os privilégios da minoria de ricos e grandes proprietários”.

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O que torna os riscos políticos dos governistas tão decisivos é o fato de que, “após três anos de experimentação desastrosa, a austeridade e o liberalismo fracassaram em entregar o que prometeram. Sendo assim, a população tende a novamente, assim como já havia feito nos últimos quatro pleitos eleitorais, escolher projetos políticos e econômicos que entreguem crescimento e distribuição de renda, ao invés de desemprego e aumento da pobreza”.

Mello destaca que “é isso que assusta tanto os analistas econômicos de plantão, que insistem em profetizar o desastre caso as políticas que defendem sejam revertidas. Por trás do discurso de ‘risco político’, observa-se um profundo desprezo pela democracia”.

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Apenas um governo legítimo, com credibilidade proferida pelo voto popular, será capaz de implementar um projeto de desenvolvimento, seja ele qual for. Negar a possibilidade ao povo brasileiro de escolha entre diferentes projetos de nação em disputa, sob o argumento de “risco político”, ou mesmo defender que não há outra alternativa a não ser aquela representada por sua ideologia neoliberal, é uma forma de incentivar outro golpe na democracia, inviabilizando a candidatura e a posse de um novo governo eleito pelo voto popular.

O texto, na íntegra, está aqui.

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