Folha pede continuidade e aprofundamento do choque neoliberal
Em editorial deste domingo, o jornal dos Frias pede mais abertura comercial e mais privatizações. "As intenções de abertura comercial, por exemplo, se mantêm mais no plano da retórica que da prática. Do mesmo modo, as privatizações não chegam perto das metas anunciadas", aponta o texto
247 – O apoio discreto da Folha de S. Paulo ao bolsonarismo está ancorado na política econômica de Paulo Guedes. "O novo cenário dos juros, por sua vez, parece consistente e promissor. Para tanto contribuiu decisivamente a inscrição de um teto para o gasto federal na Constituição, iniciativa do governo de Temer que deu maior previsibilidade ao ajuste orçamentário e à trajetória da dívida governamental. Se mantida por tempo suficiente, a Selic em níveis civilizados poderá alterar a dinâmica da economia, favorecendo investimentos. Cumpre fazer avançarem medidas para a redução das taxas bancárias, com aumento da competição", aponta o texto do editorial deste domingo que pede ainda mais neoliberalismo.
"Tenha-se claro que tão cedo o gasto do governo não será capaz de dar impulso à atividade, o que faz do setor privado o motor quase solitário do PIB. Tal circunstância confere urgência ainda maior e providências destinadas ao aumento da eficiência e da produtividade. Nesse ponto, Guedes e sua equipe deixaram a desejar. As intenções de abertura comercial, por exemplo, se mantêm mais no plano da retórica que da prática. Do mesmo modo, as privatizações não chegam perto das metas anunciadas. Perdeu-se tempo precioso, ademais, nos estudos da reforma tributária com a obsessão de recriar a CPMF, uma bobagem política e econômica pelo visto ainda não abandonada em definitivo", afirma o editorialista.
"Esta Folha endossa, há muito, os princípios de uma agenda liberalizante — a busca de um mercado aberto à competição, com regras estáveis, compreensíveis e, tanto quanto possível, comuns a todos", diz ainda o texto.
