Fortes: "não é ridículo senadores referendarem golpismo alheio?"
Jornalista destaca "incoerências" na viagem de Aécio Neves (PSDB) e outros senadores de oposição à Venezuela para tentar conversar com opositores do presidente Nicolás Maduro; para Fortes, a FAB não é obrigada a ceder uma aeronave para os congressistas apenas porque receberam um convite de opositores do presidente venezuelano; Leandro Fortes também questiona: "Não é antiético, para não dizer ridículo, senadores brasileiros irem a uma nação estrangeira, amiga, parceira no Mercosul, referendar o golpismo alheio, falar mal do Brasil e, ainda por cima, se arvorar de ser uma 'missão diplomática'?"
247 - O jornalista Leandro Fortes questionou nesta quinta-feira, 18, as "incoerências" na viagem de Aécio Neves (PSDB) e outros senadores de oposição à Venezuela para tentar conversar com opositores do presidente Nicolás Maduro.
Para Fortes, a Força Aérea Brasileira (FAB) não é obrigada a ceder uma aeronave para os congressistas, apenas porque receberam um convite de opositores do presidente venezuelano. "Qualquer convite, de qualquer pessoa ou entidade, feito a senadores é oficial? Basta o Zé das Couves chamar a tropa para o churrasco da chácara e a FAB tem que disponibilizar um avião para as autoridades?", pergunta.
Fortes lembrou das críticas do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que integra a comitiva oposicionista, que em 2013 pediu informações ao Ministério da Defesa sobre o uso de aviões da FAB por autoridades do governo, entre eles o Alexandre Padilha, da Saúde, então pré-candidato ao governo de São Paulo, para as eleições de 2014.
"Então, quanto custou aos cofres públicos essa arca de noé de lobos e coiotes montada para salvar a democracia venezuelana? Quanto custa cada diária paga pelo Senado a esses heroicos guerreiros da democracia? O combustível do Legacy? As diárias da tripulação?", questiona.
Leandro Fortes põe em xeque também os motivos da viagem dos senadores, liderada por Aécio Neves. "Não é antiético, para não dizer ridículo, senadores brasileiros irem a uma nação estrangeira, amiga, parceira no Mercosul, referendar o golpismo alheio, falar mal do Brasil e, ainda por cima, se arvorar de ser uma “missão diplomática”?"
Confira na íntegra o post de Leandro Fortes:
"AVISO DE PAUTA
É possível que o cargo de pauteiro tenha desaparecido, ou simplesmente se tornado inútil, nas redações brasileiras.
Por essa razão, ofereço aos colegas jornalistas, como velho incentivador da causa que sou, umas poucas mas boas pautas que viajaram juntos com Aécio & Caiado nesse confortável Legacy da Força Aérea Brasileira.
Senão, vejamos:
1) Qual é exatamente a regra, norma ou lei que permite à FAB, via Ministério da Defesa, ceder uma aeronave a um grupo de senadores convidados, não pelo governo, mas por opositores do presidente Nicolas Maduro? Qualquer convite, de qualquer pessoa ou entidade, feito a senadores é oficial? Basta o Zé das Couves chamar a tropa para o churrasco da chácara e a FAB tem que disponibilizar um avião para as autoridades?
2) Em julho de 2013, um dos alegres passageiros desse avião da FAB, o senador Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB de São Paulo, infernizou o Ministério da Defesa com pedidos de informações – adivinhem? – sobre voos da FAB com autoridades. O objetivo foi o de constranger, pela mídia, os ministros de Dilma que usavam muito os aviões da Aeronáutica, principalmente um deles: Alexandre Padilha, da Saúde, então pré-candidato ao governo de São Paulo, para as eleições de 2014. Então, quanto custou aos cofres públicos essa arca de noé de lobos e coiotes montada para salvar a democracia venezuelana? Quanto custa cada diária paga pelo Senado a esses heroicos guerreiros da democracia? O combustível do Legacy? As diárias da tripulação?
3) No avião, Aécio Neves afirma que o grupo vai a Caracas para, também, cumprir uma missão diplomática omitida pelo governo brasileiro, esta de visitar os alegados presos políticos da Venezuela. Não é antiético, para não dizer ridículo, senadores brasileiros irem a uma nação estrangeira, amiga, parceira no Mercosul, referendar o golpismo alheio, falar mal do Brasil e, ainda por cima, se arvorar de ser uma “missão diplomática”?
4) Aécio diz que o Brasil, entre tantas outras missões diplomáticas não cumpridas, deveria defender eleições livres, na Venezuela. Que tal levantar quantas eleições foram feitas na Venezuela, nos últimos dez anos? Que tal descobrir que todas foram acompanhadas por observadores internacionais?
Apuração básica.
Eu acredito em vocês.
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