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Gaspari condena contratação terceirizada de jornalistas

Luís Costa Pinto prestou os serviços para os quais foi contratado na Câmara dos Deputados, mas o caso complicou a situação de João Paulo Cunha, argumenta o colunista

Gaspari condena contratação terceirizada de jornalistas (Foto: Divulgação)
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247 – Bastante citado no julgamento da Ação Penal 470, o jornalista Luís Costa Pinto, dono da empresa Idéias, Fatos & Texto, prestou serviços para a Câmara dos Deputados, enquanto João Paulo Cunha presidiu a Casa.

Praticamente todos os ministros reconheceram que Costa Pinto, jornalista respeitado em Brasília, e autor da famosa entrevista com Pedro Collor, que precipitou o impeachment do irmão Fernando Collor, prestou os serviços para os quais foi contratado de forma terceirizada.

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A prática, bastante comum em Brasília, ganhou fôlego na era FHC, quando diversos figurões da imprensa foram convidados a atuar em ministérios e estatais, sendo remunerados por agências de publicidade, com salários muitas vezes seis vezes acima do serviço público.

Tornou-se prática comum e continuou ocorrendo no governo do PT. Hoje, quase sempre, quem contrata jornalistas para acompanhar ministros e dirigentes de estatais são empresas de assessoria de imprensa e os salários também superam, com folga, os chamados cargos comissionados DAS do setor público.

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Em sua coluna desta quarta-feira, na Folha, Gaspari não faz críticas a Costa Pinto, que prestou seus serviços, mas condena esse processo e defende que assessores de imprensa sejam profissionais de carreira. Leia:

ELIO GASPARI

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A Viúva e as 'assessorias-photoshop'

O STF mandou um recado para as autoridades que contratam serviços para cuidar de suas imagens

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O PRESIDENTE Richard Nixon nunca entendeu por que o satanizaram por gravar as conversas que mantinha no Salão Oval da Casa Branca. Ele sabia que Lyndon Johnson grampeava seus próprios telefones (salvo aquele em que tratava de negócios); John Kennedy gravava audiências e reuniões; Franklin Roosevelt usava um aparelho do tamanho de um frigobar. O deputado João Paulo Cunha nunca entenderá por que ministros do Supremo duvidaram da lisura do contrato que assinou com uma empresa privada de comunicação para assessorar a Câmara dos Deputados. Desprezando-se as traficâncias do comissário com o doutor Marcos Valério, o que ele fez muita gente faz.

O ministro Joaquim Barbosa classificou de "prática enviesada, ilícita" a contratação de uma empresa privada para cuidar de um assunto de natureza pública como a comunicação de uma casa legislativa. Deu até o exemplo da assessoria do Supremo Tribunal Federal, que funciona perfeitamente, chefiada por uma funcionária de nível DAS. A comunicação social da Câmara, de um ministério ou de uma autarquia a cargo de uma empresa privada é uma girafa. Cria portas giratórias e situações em que uma mesma companhia assessora o ministro e grandes fornecedores da pasta.

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Ao tempo do tucanato, essa situação era também anárquica. Num ministério, a assessoria privada de comunicação era paga à prestadora de serviços de informática. Quase sempre a colaboração derivava de apêndices de contas de publicidade. Em 2003 a Secretaria de Comunicação da Presidência de Lula era servida por uma empresa privada. Algo como a Petrobras contratar uma distribuidora de combustível. Eliminou-se o disfarce, e hoje esses trabalhos são contratados por meio de licitações específicas.

A comunicação social é um serviço público e deve ficar a cargo de funcionários do Estado. Campanhas de publicidade podem ser licitadas, mas a assessoria de imprensa de um ministério, não. Muitas vezes, a comunicação social privatizada cuida basicamente da imagem do ministro, numa canhestra operação de Photoshop político.

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Em muitos ministérios as assessorias oficiais são raquíticas, com salários relativamente baixos, se comparados com os do mercado, mas serviço público não é negócio. Se um servidor ganha R$ 8.000 dirigindo uma assessoria paga pela Viúva, outro, tercerizado, pode ganhar o triplo. Mais que um ministro, como bem lembrou a ministra Cármen Lúcia no caso do contrato que João Paulo Cunha assinou.

Não se resolve um problema criando outro, maior no custo e pior na qualidade. Admitindo-se que em geral os contratos de "assessoria-photoshop" custem em torno de R$ 10 milhões anuais, um ministério pode gastar mais com a terceirização do que com a máquina pública. Ademais, a assessoria do Estado é estável e preserva a memória da instituição. Nela, é falha funcional passar informações indevidas adiante. Já a terceirizada tem compromisso apenas com a administração que a contrata e lhe é extremamente difícil erguer um muro que separe o atendimento ao ministro das informações que interessam aos fornecedores.

Tanto os ministros como as empresas contratadas sabem quando o dinheiro da Viúva é gasto em projetos políticos e glorificações pessoais. No caso de João Paulo Cunha, deu no que deu.

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