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Mídia

Globo dá como exclusiva matéria premiada da Band

Emissora carioca exibe reportagem sobre fraudes em bombas de gasolina, clonada de matria da Band; histria que rendeu meno honrosa do Prmio Esso 2011 emissora de Johnny Saad ressurge no Fantstico comoindita; saiba os bastidores

Globo dá como exclusiva matéria premiada da Band (Foto: Reprodução)
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247 - Uma reportagem especial exibida pelo Fantástico, nesse domingo, ganhou menção honrosa, em dezembro de 2011, do Prêmio Esso, a mais antiga e tradicional láurea do jornalismo brasileiro. Mas como pode uma reportagem antecipar-se a si mesma, e ganhar um prêmio antes mesmo de ser concebida? Estaremos loucos? Ou a famosa “dobra temporal”, de Einstein, teria enfim se confirmado pelo atalho do jornalismo? Nem um, nem outro: trata-se de um rematado exemplo da famosa “Da Recortagem Local”: a reportagem especial do Fantástico, sobre fraudes em bombas de gasolina, na verdade foi clonada, como mau combustível, da original: que foi exibida a partir de fevereiro de 2011 pela TV Bandeirantes, no Jornal da Band.

O Fantástico, triunfalmente, narrou ontem que era a primeira vez que uma denúncia assim ia ao ar na TV brasileira: OK, afinal a festa é sua, é de quem quiser.

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E, por falar em mentiras, verdade seja dita: quem produziu a reportagem do Fantástico foi o mais premiado jornalista da TV brasileira: Eduardo Faustini, de resto o principal membro da equipe da qual participava o finado Tim Lopes. O Brasil 247 apurou que Faustini, reconhecido até na CNN pela sua expertise em infiltrações, foi forçado pela direção da Globo a cumprir uma pauta tão requentada quanto o café do morro Dona Marta.

Faustini sabe onde pisa: foi ele que se fez passar como secretário municipal de uma prefeitura carioca, há alguns anos, e filmou toda a oferta de propina que recebeu. Levou um Esso, também para o Fantástico.

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O ano de 2012 marca os dez anos do assassinato de Tim Lopes, ex-companheiro de equipe de Faustini. A Globo teme que em junho, quando completam-se dez anos do assassinato de Tim, surja algum livro especulando que ele tenha sido induzido pela emissora a voltar várias vezes ao mesmo local: onde investigava criminosos, que o acabaram identificando e matando.

Da mesma forma que a pressão por furos levou Tim Lopes à morte, agora a pressão por “exclusividade”, mesmo que clonada, conduziu o maior produtor brasileiro, Eduardo Faustini, a um erro -- que ele, conhecedor de tudo que é, jamais teria cometido caso não tivesse sido pressionado pela emissora.

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E o pior: o telespectador da Globo ficou privado de saber que o repórter especial da TV Bandeirantes, Rodrigo Hidalgo, é o autêntico autor do furo sobre o tema, que lhe rendeu o Prêmio Esso, há um mês. Assista aqui à reportagem original de Rodrigo Hidalgo, ganhador do Esso, exibida em fevereiro de 2011. E compare aqui a clonagem das bombas de combustível exibida neste domingo, 8 de janeiro de 2012, pelo Fantástico.

Bastidores

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Já na sexta-feira, quando o Fantástico passou a fazer chamadas sobre o “furo”, na programação da Globo, a direção da TV Bandeirantes se tocou dos altos teores de octanagem do clone: e, no sábado, o Jornal da Band repetiu a reportagem premiada de Rodrigo Hidalgo. Elegante, a Bandeirantes limitou-se ao silêncio, sem dar recibos, e se ateve a repassar o material original: sem ilações ou comentários mínimos.

Trata-se de um filme antigo: afinal Chacrinha, o velho guerreiro global, estabeleceu que “na TV brasileira nada se cria, tudo se copia”. Ou talvez a plenipotente direção da Globo tenha induzido seus melhores repórteres a erro depois de ter lido a biografia de Steve Jobs. No livro, lá pelas tantas, Jobs escreve que sua frase predileta era a de Picasso segundo a qual “artistas bons copiam ideias, grandes artistas roubam ideias”.

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A crônica do furo da TV Bandeirantes é a seguinte: em fevereiro de 2011 o Jornal da Band, da TV Bandeirantes veiculou uma série de quatro reportagens que revelou um esquema fraudulento. A equipe de jornalismo investigativo da TV Bandeirantes obteve informação de um novo golpe para enganar o consumidor. A denúncia era de que, em muitos postos, a quantidade de combustível cobrada dos motoristas não correspondia ao que entrava no tanque do carro. Uma fraude milionária e quase perfeita.

Para comprovar a denúncia da fonte sem chamar a atenção, a Band montou um sistema dentro de um carro. Prepararam um mecanismo que desviava, no momento do abastecimento, o combustível do tanque para um recipiente na parte interna do veículo. Escolheram postos de forma aleatória em regiões diferentes da maior cidade do país.

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Protegido pela película escura instalada na kombi, um cinegrafista registrava a imagem da quantidade real de combustível que entrava. Do lado de fora, o produtor, que se passava por motorista, conferia na bomba a quantidade que estava indicada. Um terceiro repórter cinematográfico filmava tudo do outro lado da rua ou dentro de um carro.

A equipe da Band levou os cinco recipientes lacrados para o Sindicato do Comércio Varejista de Petróleo.Com um aferidor oficial, o técnico constatou o golpe. O consumidor levava menos combustível do que estava marcado na bomba. Conseguiram, com uma segunda fonte (do mercado de combustíveis), fotos dos dispositivos mecânicos que são instalados nos equipamentos para o cometimento da fraude. Por fim, com o recursos da câmera escondida, a equipe conseguiu apurar os detalhes do esquema, relatados por um corretor de postos, que vende o dispositivo.

Depois da primeira reportage da Band, os órgãos de fiscalização foram aos postos e comprovaram o esquema criminoso. O resultado foi o fechamento de estabelecimentos e a aplicação de multas. Desde a revelação da denúncia, o Instituto de Pesos e Medidas, a Polícia Civil e a Agência Nacional de Petróleo passaram a fazer operações conjuntas para tentar coibir esta fraude.

O programa Fantástico, da TV Globo apresentou a mesma denúncia como sendo uma nova revelação. Fez chamadas durante 3 dias( de sexta a domingo). A construção da matéria é quase igual à da Band. Os repórteres não trouxeram novidade nenhuma. E no meio da reportagem chegaram a citar. " Você vai ver a denúncia que jamais foi apresentada na tv brasileira".

Detalhe: a Band não teve de arrendar um posto em Curitiba, como a Globo fez por dois meses, para poder constatar as fraudes.

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