Globo não repercutiu porque “não confirmou” denúncia de Veja
Carta do diretor de jornalismo da emissora, Ali Kamel, rebate a coluna de Nelson de Sá, publicada na Folha de S. Paulo no domingo 26, em que ele diz que a Globo não deu repercussão à capa de Veja por "medo"; Kamel responde que "na sexta, não confirmou com suas fontes o sentido do que fora publicado por 'Veja'. E, por isso, não publicou o assunto"; no sábado, a emissora noticiou o fato, após protesto em frente à Editora Abril
247 – O diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, informou em carta enviada à Folha de S. Paulo que a emissora não repercutiu a reportagem de capa da revista Veja, publicada na quinta-feira 23 à noite, porque não provou a denúncia com suas fontes. O texto é uma resposta à coluna do jornalista Nelson de Sá, veiculado no jornal no domingo 26, em que ele diz que a emissora apenas noticiou o caso no sábado, "talvez por medo", e após o protesto realizado em frente ao prédio da Editora Abril.
"A Globo não tem medo de nada. Não faz política, faz jornalismo", responde Ali Kamel. Ele continua, mencionando os "princípios editoriais" da emissora: "No capítulo da isenção, letra 'Z', diz claramente que só repercute denúncias de outros veículos se puder confirmá-las por meios próprios. Ou se outros fatos de grande impacto advierem delas. Foi o que aconteceu. Na sexta, não confirmou com suas fontes o sentido do que fora publicado por 'Veja'. E, por isso, não publicou o assunto".
No sábado, a Globo repercutiu a denúncia de Veja, que afirmava que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula sabiam de todo o esquema de corrupção investigado na Petrobras, com base em um depoimento à Justiça do doleiro Alberto Youssef. A matéria da Globo tinha como gancho, no entanto, o protesto feito em frente à Editora Abril, responsável pela revista. O prédio da empresa foi pichado e recebeu uma grande quantidade de lixo.
Kamel acrescenta que, da mesma forma, a Globo não repercutiu a manchete da Folha publicada no sábado, que também apontava que Lula e Dilma sabiam dos desvios na estatal, porque, além de também não ter conseguido comprová-la, assim como recebeu de suas fontes a informação de que ela era "distorcida". "Mas o ataque ao prédio da Editora Abril, um ataque à liberdade de imprensa, não poderia ser ignorado. E ao ser noticiado, era preciso explicar que ele fora motivado por uma reportagem, sem endossá-la", acrescenta o diretor de jornalismo da Globo.
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