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Mídia

Internet: rede de proteção e confessionário

Estudantes de Braslia lanam campanha no YouTube para estimular as pessoas a compartilhar desejos reprimidos; qual o seu?

Internet: rede de proteção e confessionário (Foto: Shutterstock)
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Lucas Reginato_247 - Um grupo de estudantes de publicidade de Brasília resolveu incentivar as pessoas a confessar pela internet seus gostos mais esquisitos. A campanha #eugostoefodase, lançada na semana passada, convida a deixar de lado a hipocrisia e admitir de uma vez por todas aquilo que dá vergonha de compartilhar. É um desabafo curto e direto ao assunto, um peso que sai das costas em uma hashtag.

A ideia revela um caráter de confessionário da internet (assista ao vídeo abaixo). Tiago Vaz, um dos idealizadores da iniciativa, acredita que a campanha seria muito mais difícil se fosse realizada em um ambiente “real”. “Provavelmente, muito mais pessoas te escutam quando você confessa na internet do que se você gritasse em praça pública. A diferença é que, atrás da tela do computador, você não vê ninguém”.

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Desde o surgimento dos blogs, compartilhar a vida pessoal com a comunidade virtual tem sido uma das principais características de mídias digitais. Esse comportamento tem gerado um grande debate acerca de como fica a questão da privacidade nesse cenário. Fotos pessoais se tornam públicas, relacionamentos frustrados são noticiados a desconhecidos, gostos pessoais secretos são admitidos em “praça pública”.

Além da confusão entre público e privado, o anonimato na rede pode causar problemas. Essa não é a intenção de Tiago e seus companheiros, mas extravasar determinados pensamentos pode causar, como já foi visto muitas vezes na internet, ofensas a minorias, comentários preconceituosos etc. Em 2010, por exemplo, a estudante paulistana Mayara Petruso criou polêmica ao fazer comentários contra nordestinos e foi respondida com a hashtag #orgulhodesernordestino. Nesse caso, ela confundiu liberdade de expressão com discriminação - e acabou condenada por isso nos mundos on-line e off-line.

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Independentemente da plataforma e do formato, a verbalização dos pensamentos pessoais é inerente à internet. Do blog ao vlog, grandes textos-desabafo ou frases simples abordam qualquer assunto a partir de uma ótica particular. Muitas vezes, a intenção nem é de ser visto, mas apenas de compartilhar algo com o mundo e tirar um peso das costas. Alguns canais do YouTube, por exemplo, são vistos por pouquíssimas pessoas, quando são vistos. É o que acontece também com blogs de anônimos que se limitam a falar de sua vida ou comentar sobre qualquer coisa.

A tela do computador será, ao que parece, sempre um encorajador das confissões secretas. Para anônimos ou não, os pixels funcionam como um escudo que fornece um sentimento de segurança e conforto. Gritar no meio de uma avenida movimentada e tuitar raivosamente podem atingir o mesmo número de pessoas, mas alguém que sinta a necessidade de externar seus conflitos poderá encontrar na segunda alternativa uma ferramenta muito mais acolhedora.

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E o seu desejo reprimido, qual é?

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