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Mídia

Jornalistas da EBC relatam medo e censura no governo Temer

Jornalista Matheus Pichonelli, do The Intercept, traz relatos de funcionários da Empresa Brasil de Comunicação, responsável pela gestão da Agência Brasil, da TV Brasil e de emissoras de rádio, sobre a atuação a empresa no governo de Michel Temer; segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, além de ter promovido a censura e o desmonte dos veículos públicos de comunicação com um "ataque frontal à lei que estabeleceu a comunicação pública federal", a atual direção acelerou a imposição de uma linha editorial governista dentro da EBC, sem espaço para o contraditório 

Jornalista Matheus Pichonelli, do The Intercept, traz relatos de funcionários da Empresa Brasil de Comunicação, responsável pela gestão da Agência Brasil, da TV Brasil e de emissoras de rádio, sobre a atuação a empresa no governo de Michel Temer; segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, além de ter promovido a censura e o desmonte dos veículos públicos de comunicação com um "ataque frontal à lei que estabeleceu a comunicação pública federal", a atual direção acelerou a imposição de uma linha editorial governista dentro da EBC, sem espaço para o contraditório  (Foto: Aquiles Lins)
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Por Matheus Pichonelli, The Intercept - Era como falar do carro alegórico sem mostrar o samba-enredo. No Carnaval de 2017, a impopularidade de Michel Temer, então com 10% de aprovação, segundo o Datafolha, ganhou fala e alegoria nas manifestações de foliões Brasil afora.

Os protestos pipocavam nas ruas, nas redes e no noticiário – mas não nos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), responsável pela gestão da Agência Brasil, da TV Brasil e de emissoras de rádio, e cuja direção vetava a divulgação e até mesmo menções a faixas e cartazes onde se liam "Fora Temer" e outras críticas ao governo e suas reformas.

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A orientação levou o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, onde atua boa parte dos servidores da EBC, a questionar a orientação. "A posição da direção da empresa de veto e o direcionamento contra protestos questionadores e satíricos da sociedade, que fazem parte da cultura do carnaval, de qualquer matriz ideológica, (...) é algo que vai de encontro ao que a Comunicação Pública deve ser."

A nota é apenas uma de uma série publicada pelo sindicato desde o início da gestão de Laerte Rimoli, escolhido a dedo pelo governo Temer após chefiar a comunicação da campanha de Aécio Neves à presidência em 2014 e a Secretaria de Comunicação Social da Câmara dos Deputados durante a gestão de Eduardo Cunha.

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Segundo o sindicato, além de ter promovido a censura e o desmonte dos veículos públicos de comunicação com um "ataque frontal à lei que estabeleceu a comunicação pública federal", a atual direção acelerou a imposição de uma linha editorial governista dentro da EBC.

Programas sob encomenda

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A entidade afirma que matérias são diariamente modificadas e programas são feitos sob encomenda dentro da Agência Brasil, TV Brasil, Portal EBC, Rádio Nacional e Rádio MEC com o objetivo de tornar o conteúdo o mais favorável possível ao governo federal, sem espaço para o contraditório. Segundo os funcionários, propostas de reportagem sobre temas que desagradam o Planalto são excluídas já nas reuniões de pauta. "Há dezenas de casos de censura explícita, com membros da diretoria excluindo posições críticas ao governo minutos antes da publicação de reportagens", diz uma das notas.

Herdeira da estrutura da Radiobrás, a EBC, fundada em 2007 como uma instituição "pública, inclusiva, plural e cidadã", tem como missão "criar e difundir conteúdos que contribuam para a formação crítica das pessoas".

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Hoje, afirma o coordenador do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal (DF), Gésio Passos, há uma luta diária, por parte dos trabalhadores, contra o assédio na empresa, sobretudo na Agência Brasil. "Quem assumiu a gestão não tem nenhum constrangimento em assediar os funcionários", diz.

Segundo ele, a EBC hoje está "sitiada". "Sempre fomos críticos às gestões anteriores, mas é muito simbólico que uma das primeiras medidas de Temer como presidente tenha sido acabar com o controle social na EBC", acusa.

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Ele se refere à Medida Provisória 744, aprovada em fevereiro no Senado por 47 votos a 13. A MP acabou com o mandato fixo para o presidente da empresa e extinguiu o Conselho Curador, principal ferramenta de participação da sociedade civil na gestão da EBC (ainda que, segundo os funcionários, o órgão estivesse precisando ampliar os espaços de representação, sobretudo para minorias).

Leia a reportagem na íntegra.

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