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Mídia

Jovem Pan censura Breno Altman em debate sobre a guerra

"Nunca presenciei, em quarenta anos de jornalismo, um comportamento tão baixo e deplorável", disse o editor do Opera Mundi sobre a atuação da emissora que apoiou Jair Bolsonaro

Jovem Pan e Breno Altman (Foto: Reprodução | Brasil 247)
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247 - O jornalista Breno Altman, editor do site Opera Mundi, denunciou neste sábado (14) ter sido vítima de censura por parte da emissora de TV Jovem Pan em programa sobre a guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza. Em publicação nas redes sociais, Altman relatou que foi convidado a participar de um debate no programa "Linha de Frente", transmitido pela JP News, o canal de televisão da Jovem Pan. De acordo com Altman, poucas horas antes da exibição do programa, ele e sua equipe do Opera Mundi receberam uma mensagem da apresentadora Elaine Keller informando que houve um problema na edição e que parte do conteúdo gravado havia sido perdido. A solução proposta pela emissora foi a regravação do programa com urgência, mas surpreendentemente, a participação de Breno Altman não seria incluída na versão refeita.

O jornalista alega que os outros três participantes do debate, todos com ligações à extrema-direita, foram convidados para a regravação que supostamente ocorreu na noite da sexta-feira, 13 de outubro. Altman, no entanto, não recebeu um novo convite. O jornalista relata que o debate original foi marcado por argumentos que ele considera desonestos e repletos de erros históricos e factuais, todos em defesa do Estado de Israel e de sua ação na Faixa de Gaza. Segundo Altman, seus colegas de bancada pareciam mais comprometidos com a causa sionista e com a extrema-direita brasileira do que com a busca pela verdade.

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O jornalista não poupou críticas à atitude da Jovem Pan, qualificando-a como "absurdamente antiética, antidemocrática e antiprofissional." Em suas palavras, ele declarou que nunca presenciou, em seus quarenta anos de jornalismo, um comportamento tão "baixo e deplorável."

Breno Altman, que é judeu, tem se notabilizado por defender posições pró-Palestina em suas manifestações e tem sido atacado nas redes sociais em função disso. Ao ponto do jornalista Samuel Pancher, do site Metrópoles, defender a censura contra Altman. O fato foi repudiado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

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Leia o texto de Breno Altman na íntegra: 

CENSURA NA JOVEM PAN: EXTREMA-DIREITA ALIADA AO SIONISMO

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Fui convidado a participar, na última quinta-feira, dia 12 de outubro, de uma gravação para o programa Linha de Frente, apresentado pela JP News, o canal de televisão da Jovem Pan. Durante mais de duas horas, debati a guerra de Israel contra os palestinos. Segundo a emissora, a edição deveria ir ao ar às 16h30 deste sábado, 14 de outubro.

Para minha surpresa, poucas horas antes da exibição, a redação de Opera Mundi recebeu a seguinte mensagem: “Tivemos um problema na edição de ontem [13/10] à tarde e perdemos parte do que havia sido gravado. Tivemos que regravar com urgência. Infelizmente a participação do Breno não vai ao ar.” A mensagem foi enviada por Elaine Keller, apresentadora do programa.

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Os outros três participantes, vinculados ao pensamento de extrema-direita, foram convidados para a regravação, eventualmente ocorrida na sexta-feira, dia 13, à noite. Eu não.

Meus colegas de bancada, na gravação original, eram o deputado federal Delegado Palumbo (MDB-SP), o comentarista Alessandro Negão e o jornalista Luis Kawaguti. Bastante despreparados e desinformados, o trio fez de tudo para defender incondicionalmente o Estado colonial de Israel e sua agressão criminosa contra a Faixa de Gaza, com a aquiescência da apresentadora.

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Procurei rebater os argumentos e falsidades repetidos à exaustão, a maioria com erros históricos e factuais extravagantes. O compromisso de meus interlocutores, afinal, não estava alinhado à verdade, mas com o sionismo e a extrema-direita brasileira.

O resultado final deve ter levado o comando da Jovem Pan a decidir pela censura. Por desonestidade, inventaram uma história sem pé nem cabeça, e não me convidaram para a suposta regravação.

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Trata-se de uma atitude absurdamente antiética, antidemocrática e antiprofissional, além de mentirosa. Nunca presenciei, em quarenta anos de jornalismo, um comportamento tão baixo e deplorável.

Mas diz muito acerca do que é a Jovem Pan: porta-voz da extrema-direita, especializada em mentira e desinformação, com profissionais submissos escolhidos a dedo, e disposta a qualquer coisa para defender o neofascismo e seu primo, o sionismo.

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