TV 247 logo
      HOME > Mídia

      Kennedy: adiar cassação de Cunha seria um escândalo

      "Há movimento de bastidor para decidir primeiro destino de Dilma", diz o jornalista Kennedy Alencar, que faz um alerta ao novo presidente da Câmara; "Postegar a cassação de Cunha para depois do impeachment de Dilma é uma manobra que deveria ser impedida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que tem o poder de colocar o caso em votação. Essa decisão será um grande teste para Maia viabilizar ou afundar sua gestão no comando da Casa"

      "Há movimento de bastidor para decidir primeiro destino de Dilma", diz o jornalista Kennedy Alencar, que faz um alerta ao novo presidente da Câmara; "Postegar a cassação de Cunha para depois do impeachment de Dilma é uma manobra que deveria ser impedida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que tem o poder de colocar o caso em votação. Essa decisão será um grande teste para Maia viabilizar ou afundar sua gestão no comando da Casa" (Foto: Leonardo Attuch)
      Leonardo Attuch avatar
      Conteúdo postado por:

      Por KENNEDY ALENCAR, em seu blog

      O bom senso sugere que as votações do impeachment de Dilma Rousseff e da cassação de Eduardo Cunha aconteçam neste mês de agosto. No entanto, essas votações não são favas contadas, apesar de o país precisar de respostas definitivas sobre tais questões.

      Desde 2 de dezembro do ano passado, quando Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acolheu o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma, já se vão 8 meses em que se abriu uma grande crise no país, gerando incertezas. E Eduardo Cunha já vinha chantageando abertamente Dilma desde julho de 2015. Portanto, é um assunto que domina o país há mais de um ano.

      Como o presidente do Senado, Renan Calheiros, quer nomear um deputado federal para o Ministério do Turismo, Marx Beltrão, do PMDB de Alagoas, está ameaçando nos bastidores atrasar a votação do impeachment da presidente. É uma pressão para Temer nomear um deputado que responde a processo por peculato no STF (Supremo Tribunal Federal). Temer quer aguardar um eventual julgamento ainda em agosto desse caso para decidir. Se o deputado for absolvido, vira ministro. Se não, que Renan encontre outro nome.

      Mas o presidente do Senado está pressionando Temer, e a votação do impeachment de Dilma pode atrasar uma ou duas semanas. Mas o caso mais grave é o de Eduardo Cunha.

      O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sugeriu votar a cassação na segunda semana de agosto. Ou seja, na semana que vem. Acontece que há um movimento na Câmara e de ministros do governo Temer para votar a cassação de Cunha depois do impeachment de Dilma. Se isso acontecer, será uma tentativa de dar uma chance para Cunha escapar. Seria uma manobra escandalosa.

      O caso do ex-presidente da Câmara está mais do que maduro e se arrasta há mais tempo do que o impeachment de Dilma. Votar agenda econômica, como dívida dos Estados, antes da cassação de Cunha é abrir uma porta para a Câmara empurrar com a barriga a cassação de Cunha.

      A prioridade da Câmara deveria ser decidir o destino de Cunha. Resolver esse assunto de vez. Ele mentiu à CPI da Petrobras em março de 2015, quando disse que não tinha conta no exterior. Foram descobertas depois contas na Suíça. Ele já responde a dois processos no Supremo.

      Postegar a cassação de Cunha para depois do impeachment de Dilma é uma manobra que deveria ser impedida pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que tem o poder de colocar o caso em votação. Essa decisão será um grande teste para Maia viabilizar ou afundar sua gestão no comando da Casa.

       

      ❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.

      ✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.

      iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

      Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: