Meta de Jobs era acabar com o Google

247 - Uma cópia da biografia autorizada e inédita, de Steve Jobs, escrita pelo veterano jornalista e biógrafo Walter Isaacson, foi entregue ao Huffington Post, que revelou alguns detalhes da vida pessoal do pioneiro da tecnologia. Em sua coluna, a repórter Bianca Bosker destacou algumas passagens do livro e deu grande destaque para as agressivas declarações de Jobs sobre outro gigante do mundo digital – o Google.

Segundo Isaacson, Jobs teria dito “estar disposto a entrar em uma guerra termonuclear” com a concorrente, que apontava como plagiadora de produtos da Apple.

O biógrafo relata também que “Jobs ficava bravo como ele nunca tinha visto” quando falava do caso judicial. A Apple acusava a rival de ter infringido a patente do iPhone quando lançou o Android. “Nosso processo está dizendo: o Google sequestrou o iPhone e colocou no atacado”, disse o revolucionário da computação em uma das 40 entrevistas cedidas a seu biógrafo, e ameaçava: “Eu vou até o fim nessa briga se preciso, vou gastar cada centavo dos 40 bilhões de dólares que a Apple tem em caixa para consertar essa injustiça. Vou destruir o Android, porque é um produto roubado”.

Aliás, o que deixava o visionário empresário ainda mais irritado era a má qualidade que ele considerava terem as fabricações do concorrente: “apenas a ferramenta de procura do Google presta. Os produtos – o Android, o Google Docs, são horríveis”.  Além da batalha judicial, Apple e Google eram antônimos ideológicos. Enquanto este tinha códigos abertos e acessíveis, a Apple guardava tudo o que ia além da interface de seus gadgets.

A biografia também constroi um perfil da vida pessoal de Jobs, pouco conhecida do público. Alguns detalhes são exibidos, como seu gosto musical – Bob Dylan e Yo-Yo Ma (a quem disse: “você tocando é o melhor argumento que eu já escutei para a existência de Deus. Eu não acredito que algum ser humano possa fazer isso sozinho”) – sua relação com funcionários e certos episódios curiosos, como a noite após o lançamento do iPad, em que admitiu estar “decepcionado e incomodado” com a recepção morna do público.

O livro na íntegra já está à venda para os consumidores brasileiros a partir de hoje. A obra autorizada é lançada no País pela Companhia das Letras.