Mídia dos EUA ignora visita de Dilma a Obama
Embora seja uma potncia emergente, o encontro entre os dois presidentes no mereceu uma linha no Washington Post e apenas uma reportagem discreta no NYT; o motivo talvez seja a falta de uma agenda que renove as relaes entre os dois pases
247 – O Brasil é a 6ª maior potência econômica do mundo, a frente até do Reino Unido, e um dos principais líderes emergentes globais. Mesmo assim, a visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos pouco interessa aos americanos. O encontro com Barack Obama não mereceu uma linha no Washington Post. O termo « Brazil » só aparece em uma matéria de basquete. Já no The Hill, fala apenas sobre um possíve diálogo entre os dois presidentes sobre uma parceria em energia.
O motivo do desinteresse dos jornais talvez seja a falta de uma agenda que avance as relações entre os dois países. Esta é a primeira visita oficial de Dilma aos Estados Unidos, mas a presidente viaja sem propostas concretas nas mãos.
No Huffington Post, a última notícia sobre o Brasil é de quatro dias atrás. A matéria fala do mal estar dos EUA em relação ao Brasil dada nossa relutância em apoiar sanções contra a Síria e o Irã – o que, segundo a publicação, teria contribuído para o cancelamento inesperado do fornecimento de 20 aviões Super Tucano pela Força Aérea dos Estados Unidos.
O motivo do desinteresse dos jornais talvez seja a falta de uma agenda que avance as relações entre os dois países. Esta é a primeira visita oficial de Dilma aos Estados Unidos, mas a presidente viaja sem propostas concretas nas mãos.
Os Estados Unidos foram durante décadas o principal parceiro comercial do Brasil, mas acabaram ultrapassados no início do ano passado pela China, que hoje é o maior destino das exportações brasileiras. Nos últimos anos, o país se afastou dos americanos ao se atrelar a governos que se posicionam à margem da ordem global, como Cuba, Venezuela e mesmo Irã.
Como destacou o jornalista Andre Araújo, deveria constar na agenda um acordo de longo prazo sobre o etanol, além de uma parceria para pesquisa de novas fontes de energia, de desenvolvimento de carros elétricos. Outro campo fundamental é o da defesa, as Forças Armadas brasileiras precisam de no mínimo 50 bilhões de dólares de novos equipamentos para colocá-las em linha próxima ao grupo dos BRICs. Uma parceria com os EUA nesse campo seria lógica e reforçaria o peso diplomático do Brasil.
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