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      Nassif: Richa é “retrato doloroso” do atual PSDB

      Para o jornalista, com o governo atual definhando, "seria o momento de se apresentarem os que conseguissem ser a síntese das políticas sociais do PT com a visão de mercado do velho PSDB desenvolvimentista", mas "a miopia reiterada dos seus gurus, a falta de visão estratégica, o personalismo absurdo de uma geração geriátrica que se aboletou no poder, impediu a renovação do PSDB e permitiu que o infame Beto Richa se tornasse a cara do partido"

      Para o jornalista, com o governo atual definhando, "seria o momento de se apresentarem os que conseguissem ser a síntese das políticas sociais do PT com a visão de mercado do velho PSDB desenvolvimentista", mas "a miopia reiterada dos seus gurus, a falta de visão estratégica, o personalismo absurdo de uma geração geriátrica que se aboletou no poder, impediu a renovação do PSDB e permitiu que o infame Beto Richa se tornasse a cara do partido" (Foto: Gisele Federicce)
      Gisele Federicce avatar
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      247 – Para Luis Nassif, o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), "é o retrato doloroso do que se transformou o principal partido de oposição no país". Leia abaixo a íntegra de seu artigo, publicado no Jornal GGN:

      O infame Beto Richa, governador do Paraná

      Por Luis Nassif

      O governador Beto Richa (PSDB), do Paraná, é o retrato doloroso do que se transformou o principal partido de oposição no país.

      O partido fundado por Franco Montoro, Mário Covas, que abrigou a generosidade de Sérgio Motta, a sensibilidade social de Bresser-Pereira, e até a temperança de um José Richa, a esperança de uma socialdemocracia moderna, tornou-se um valhacouto do que pior e mais rancoroso a política brasileira exibiu nos últimos anos.

      A usina de ideias e propostas que parecia brotar do partido no inicio dos anos 90 foi substituída por uma cloaca interminável, um lacerdismo sem talento, um samba de uma nota só desafinado.

      ***

      Derrotado em Minas Gerais, restaram ao partido dois estados para mostrar, até 2018, um mínimo de políticas inovadoras: São Paulo e Paraná.

      De São Paulo não se espere nenhuma pró-atividade. Por aqui, definham institutos de pesquisa, aparelho cultural, universidades e, especialmente, as ideias.

      Hoje haverá audiência pública para a extinção da Fundap (Fundação de Desenvolvimento Administrativo) e da Cepam (Centro de Estudos e Pesquisas da Administração Municipal).

      Hoje em dia, há uma disputa ferrenha para definir o governo mais inerte: se o de Dilma ou de Alckmin.

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      Mas nada se equipara ao desastre completo que se observa no Paraná.

      O massacre que a Polícia Militar impôs, ontem, aos professores que manifestavam contra o governo entrará para a história política contemporânea como o dia da infâmia.

      200 pessoas feridas, 15 em estado grave, uma covardia sem fim, cujo único gesto nobre foi o de 17 policiais que se recusaram a atacar os manifestantes – e foram punidos por isso.

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      É apenas o desfecho de uma gestão desastrosa, que quebrou o estado. Mas reflete um estado de espírito que se apossou do partido, quando substituiu os intelectuais por pitbulls de baixíssimo nível.

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      Nos últimos anos, a reboque da mídia, a única bandeira que o partido cultivou foi o antipetismo – como se fosse possível se tornar alternativa de poder sendo apenas anti.

      Hoje em dia definha o PT e definha o governo Dilma, o país está rachado ao meio, há um ódio permanente no ar. A política econômica procede a aumentos sucessivos da taxa Selic, com a atividade econômica agonizante. E o governo patina sem um projeto de país para oferecer.

      Seria o momento de se apresentarem os mediadores, os que conseguissem ser a síntese das políticas sociais do PT com a visão de mercado do velho PSDB desenvolvimentista.

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      Mas a miopia reiterada dos seus gurus, a falta de visão estratégica, o personalismo absurdo de uma geração geriátrica que se aboletou no poder, impediu a renovação do PSDB e permitiu que o infame Beto Richa se tornasse a cara do partido.

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      O que Richa fez foi apenas externar, com atos, a virulência desmedida da cara do partido, os Aloysios Nunes, Aécios Neves, Carlos Sampaios, Josés Serras.

      Não foi à toa que, nas últimas eleições, a parcela mais moderna do empresariado paulista saltou fora do bonde do PSDB e tentou fazer alçar voo a candidatura de Marina Silva.

      O espaço político está vago para aventureiros políticos, porque a geração das diretas acabou.

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