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    Nassif: vem aí movimento pró-Temer

    Segundo Luis Nassif, se a presidente Dilma Rousseff não reagir, o movimento pró-Temer poderá se tornar invencível, vindo juntos Eduardo Cunha, Renan Calheiros, os herdeiros de José Sarney; “O vice-presidente tem a senhoridade, o trânsito em todas as áreas, o conhecimento do mundo político e jurídico. Não seria uma aventura como Aécio Neves, nem um mergulho nas trevas como José Serra”

    Segundo Luis Nassif, se a presidente Dilma Rousseff não reagir, o movimento pró-Temer poderá se tornar invencível, vindo juntos Eduardo Cunha, Renan Calheiros, os herdeiros de José Sarney; “O vice-presidente tem a senhoridade, o trânsito em todas as áreas, o conhecimento do mundo político e jurídico. Não seria uma aventura como Aécio Neves, nem um mergulho nas trevas como José Serra” (Foto: Roberta Namour)
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    247 – O jornalista Luis Nassif vê a possibilidade de um movimento pró-Temer ganhar o país se a presidente Dilma Rousseff não reagir nas próximas semanas. Segundo ele, “o vice-presidente tem a senhoridade, o trânsito em todas as áreas, o conhecimento do mundo político e jurídico. Não seria uma aventura como Aécio Neves, nem um mergulho nas trevas como José Serra”.

    Leia analise de Luis Nassif, do jornal GGN:

    Se Dilma não reagir, haverá movimento pró-Temer

    No Brasil, o impasse atual não mostra luz no fim do túnel - o que é normal nas fases de transição. Mantendo-se o vácuo, a luz surgirá em algum momento sob diversas formas.

    Em outros momentos, esse impasse político era resolvido com a entrada no jogo de uma terceira força, os militares. No quadro atual de dispersão de poder não existe mais a terceira via. O racha política produz paralisia, preservando a democracia mas prolongando o impasse.

    O desenho de cenário futuro dar-se-á em cima dos seguintes protagonistas:

    1. O governo Dilma

    Aparentemente, Dilma abdicou de governar. Na quinta-feira, seu Ministro da Fazenda Joaquim Levy bateu duramente na política de desoneração da folha, filha direta de Dilma. Lula saiu a campo para acalmar o PMDB criticando sua exclusão do núcleo estratégico do Palácio, decisão de Dilma. Dois Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) romperam o silêncio para criticar a demora de Dilma em preencher a vaga do tribunal. O que se tem é uma presidente aturdida, na véspera de um conjunto de episódios políticos relevantes - a lista dos políticos da Lava Jato e as manifestações pelo seu impeachment.

    Se nas próximas semanas o governo não mostrar sinais de vida, o vácuo político tornar-se-á irreversível.

    2. A oposição do PSDB

    Por outro lado, a oposição no PSDB não conseguiu se apresentar como uma alternativa minimamente viável de poder. Com sua imaginação luxuriante, ego de pessoa madura e senso estratégico campeão ;), Fernando Henrique Cardoso e companhia emularam os movimentos golpistas dos anos 60 sem Lacerda e sem Forças Armadas. Radicalizaram tanto o discurso que se inviabilizaram politicamente como alternativa de poder. A mera possibilidade de ascender ao poder produziria quase uma guerra civil no país.

    O PSDB virou o irmão siamês do PT quando aceitou tornar-se um mero instrumento do acerto de contas de FHC com a história. Se o PT sai do poder, acaba a razão de ser do PSDB.

    Hoje em dia, a cara do PSDB é a mesma: não há diferença de estatura entre um Fernando Henrique Cardoso. Aécio Neves e José Serra, de um lado, e os Carlos Sampaio, Aloyzio Nunes, Alberto Goldmann do outro. São todos do mesmo tamanho do Roberto Freire.

    3. O fator Lula

    Não se espere de Lula 2015 o mesmo dinamismo de Lula 2008. São visíveis os sinais de cansaço de Lula, em parte pelo stress de quem, perto dos 70, ambicionava um mínimo de tranquilidade; em parte pelo desânimo de enfrentar o desafio quase impossível de aconselhar Dilma.

    4. Os mediadores

    É nesses momentos que aparecem as oportunidades para os mediadores. E o partido mediador por excelência é o PMDB, através do vice-presidente Michel Temer. O vice-presidente tem a senhoridade, o trânsito em todas as áreas, o conhecimento do mundo político e jurídico. Não seria uma aventura como Aécio Neves, nem um mergulho nas trevas como José Serra.

    Se Dilma acordar nas próximas semanas, ainda tem condições de recuperar o protagonismo político. Caso contrário, o movimento pró-Temer poderá se tornar invencível, vindo juntos Eduardo Cunha, Renan Calheiros, os herdeiros de José Sarney.

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