New York Times destaca julgamento que pode tornar Bolsonaro inelegível

247 - O jornal The New York (EUA) repercutiu a decisão do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Alexandre de Moraes após o magistrado marcar para o dia 22 de junho o julgamento de uma ação que pode deixar Jair Bolsonaro (PL) inelegível. A reportagem foi intitulada "Bolsonaro será julgado por acusações de fraude eleitoral", com o subtítulo "Ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro deve ir a julgamento este mês sob a acusação de ter abusado de seu poder como presidente para fazer ataques infundados contra os sistemas eleitorais do Brasil. Se condenado, ele ficaria inelegível para concorrer ao cargo por oito anos".

De acordo com a matéria, "apenas seis meses após deixar o cargo, Bolsonaro enfrenta acusações que podem encerrar sua carreira política". "Bolsonaro passou anos criticando os sistemas de votação do Brasil, alegando que eles eram vulneráveis ​​a fraudes e que seus rivais estavam empenhados em fraudá-los, apesar da falta de provas. Seu comentário levou milhões de seus seguidores a perder a fé nos sistemas eleitorais e a acreditar que Lula roubou a eleição de 2022.  Apesar das afirmações de Bolsonaro, inúmeras revisões dos resultados eleitorais não encontraram nenhuma evidência confiável de fraude", acrescentou o NYT. 

"Seus advogados argumentaram que seu discurso aos diplomatas, que está no centro deste caso, foi um "ato do governo" destinado a levantar preocupações legítimas sobre a segurança da eleição. Eles observaram que os diplomatas não podem votar e argumentaram que o discurso não interferiu no processo eleitoral", continuou. 

Segundo a reportagem, "depois de começar em 22 de junho, o julgamento de Bolsonaro provavelmente continuará em outras sessões do tribunal marcadas para 27 e 29 de junho". "Independentemente do resultado do julgamento, o Sr. Bolsonaro enfrenta 15 outros casos na Justiça Eleitoral. Bolsonaro também é objeto de uma investigação criminal federal sobre a invasão de prédios do governo brasileiro em 8 de janeiro. Um importante promotor brasileiro o acusou de encorajar a multidão. Uma condenação no caso pode levar à prisão. Como parte do caso, Bolsonaro testemunhou em abril perante a polícia federal".