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      Nirlando Beirão: “Enterro político de Bonifácio sai na semana que vem”

      O jornalista Nirlando Beirão, da Carta Capital, lembra o histórico nada democrático da família de Bonifácio Andrada, o deputado do PSDB que vai fazer a relatoria da denúncia contra Michel Temer na Câmara dos Deputados; o início até foi nobre, com José Bonifácil, conhecido como o Patriarca da Independência, diz o jornalista; Zezinho Bonifácio, pai do deputado, apoiou o golpe militar em 1964 e era o presidente da Câmara dos Deputados em 13 de dezembro de 1968 quando o AI-5 decretou o fechamento do Parlamento; "Está explicado, não está? O enterro político dele sai na semana que vem", conclui Beirão  

      O jornalista Nirlando Beirão, da Carta Capital, lembra o histórico nada democrático da família de Bonifácio Andrada, o deputado do PSDB que vai fazer a relatoria da denúncia contra Michel Temer na Câmara dos Deputados; o início até foi nobre, com José Bonifácil, conhecido como o Patriarca da Independência, diz o jornalista; Zezinho Bonifácio, pai do deputado, apoiou o golpe militar em 1964 e era o presidente da Câmara dos Deputados em 13 de dezembro de 1968 quando o AI-5 decretou o fechamento do Parlamento; "Está explicado, não está? O enterro político dele sai na semana que vem", conclui Beirão   (Foto: José Barbacena)
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      247 - O jornalista Nirlando Beirão, da Carta Capital, lembra o histórico nada democrático da família de Bonifácio Andrada, o deputado do PSDB que vai fazer a relatoria da denúncia contra Michel Temer na Câmara dos Deputados. 

      O deputado é da linhagem de José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como o Patriarca da Independência. No entanto, depois, a história da família não é das mais nobres.

      Veja o texto abaixo:

      O homem que vai livrar a cara de Michel Temer e seu círculo íntimo das novas denúncias de associação criminosa e obstrução da Justiça faz parte de uma das mais execráveis dinastias da política brasileira, embora a linhagem tenha tido origem nobre.

      Fundou-a José Bonifácio de Andrada e Silva, “o Patriarca da Independência”, que ajudou a consolidar a ruptura com Portugal, em 1822, e acabou rompendo com D. Pedro I, em 1823, ao vê-lo fechar a Constituinte. Chegou a ter de se exilar no exterior por conta disso.

      O espírito democrático da família parece ter se esgotado no primeiro Andrada.

      Na República, eles constituíram, em Barbacena, Minas Gerais, uma oligarquia que passou o tempo todo disputando espaço com a oligarquia rival, a dos Bias Fortes. Tinham, a princípio, selado um acordo de convivência: os Bias cuidavam da política paroquial, os Andrada se lançavam para voos nacionais.

      Até que surgiu o primeiro Andrada traidor: José Bonifácio Lafayette de Andrada, o Zezinho, pai desse que vai relatar agora o processo da Procuradoria da República contra Temer. Zezinho Bonifácio atropelou o acordo, em 1930, e aceitou ser nomeado prefeito pelo novo regime Vargas.

      O rompimento virou briga de morte, embora o Zezinho Bonifácio e o patriarca dos Bias Fortes, tempos depois eleito governador de Minas, fossem casados com duas irmãs. A rivalidade dos dois clãs fez jorrar sangue em Barbacena.

      Zezinho Bonifácio era da UDN predadora de Carlos Lacerda, apoiou o golpe militar em 1964, aderiu à Arena, o partido da ditadura, e era o presidente da Câmara dos Deputados em 13 de dezembro de 1968 quando o AI-5 decretou o fechamento do Parlamento.

      Deputados de coragem quiseram cobrar dele a mesma decência que seu antecessor tivera no passado longínquo. Pediram para a Câmara resistir ao fechamento. O presidente desconversou. Celso Passos, do MDB de Minas, provocou: “Seja menos Zezinho e mais Andrada”. Em vão: Zezinho deu uma “banana” para Celso Passos e escafedeu-se pela porta dos fundos do Congresso – entrando, assim, de vez, na História, pela porta dos fundos.

      É o destino que espera pelo filho, Bonifácio José Tamm de Andrada — o relator do PSDB escalado para jogar para debaixo do tapete a corrupção do PMDB.

      Bonifácio já tem uma considerável folha corrida. Sumiu no dia histórico da votação das Diretas Já, em 1984, e acabou disputando a vice-presidência da República em 1989 na chapa do notório Paulo Maluf.

      Está explicado, não está? O enterro político dele sai na semana que vem.

      Nirlando Beirão

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