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Nogueira: Globo agora é "empresa amiga" de JB

Jornalista do Diário do Centro do Mundo lembra que, com seu filho empregado na Globo, o presidente do STF, Joaquim Barbosa, "fica moralmente impedido de julgar coisas relativas à Globo"; Paulo Nogueira afirma ainda que "a Globo está cheia de amigos", mas que "as amizades de JB são ainda mais preocupantes, dado o cargo que ele ocupa"; segundo ele, nomeação de JB por Lula foi "erro monumental"

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A Globo e Joaquim Barbosa são um caso indefensável de conflito de interesses

Por Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo

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Devem imaginar que nós somos idiotas, a Globo e Joaquim Barbosa.

Não há outra explicação.

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Como pode a Globo dar emprego ao filho de JB? E como JB pode deixar que isso ocorra?

Neste exato momento, a Globo enfrenta uma questão multimilionária na Receita Federal. Documentos vazados – demorou para que isso ocorresse – por alguém da Receita contaram uma história escabrosa.

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Os documentos revelam, usemos a palavra certa, uma trapaça. Com o uso de um paraíso fiscal, a Globo fingiu que estava fazendo uma coisa quando comprava os direitos de transmissão da Copa de 2002.

A Globo admitiu a multa que recebeu da Receita. E em nota alegou ter quitado a dívida.

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Mas a fonte da Receita disse que não é verdade. E pelo blog O Cafezinho, que trouxe o escândalo, desafiou a Globo a mostrar o recibo.

Apenas para constar.

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O dinheiro que a Globo não recolheu constrói escolas, hospitais, portos, aeroportos etc etc.

Mas, não pago, ele termina na conta dos acionistas.

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Foi, além do mais, usado um paraíso fiscal, coisa que está dando prisão na Europa hoje em dia.

Isto tudo posto, vamos supor que uma questão dessas termine no STF.

Qual a isenção de JB para julgar?

É uma empresa amiga: emprega o filho dele.

Dá para julgar?

E a sociedade, como fica?

Gosto de citar um dos maiores jornalistas da história, Joe Pulitzer. Às equipes que chefiei, citava exaustivamente uma frase que é vital para o exercício do bom jornalismo.

"Jornalista não tem amigo", escreveu Pulitzer.

O que Pulitzer dizia: se você tem amigos, você não vai tratá-los com a neutralidade devida como repórter ou editor.

A Globo está cheia de amigos, e esta é uma das razões pelas quais seu jornalismo é tão viciado – e seus donos tão ricos.

Mas as amizades de JB são ainda mais preocupantes, dado o cargo que ele ocupa.

A Justiça brasileira é um problema dramático. Recentemente, os brasileiros souberam das estreitas relações entre o ministro Fux, também do Supremo, e um dos maiores escritórios de advocacia do Rio.

Sua filha, advogada, é empregada deste escritório. Como Fux pode julgar uma causa deste escritório?

Não pode.

Há um claro conflito de interesses.

O mesmo vale para Joaquim Barbosa.

Quem acredita que ele não enxergou o conflito de interesses no emprego dado a seu filho na Globo acredita em tudo.

É um caso tão indefensável que a Globo, inicialmente, negou a informação, obtida pela jornalista Keila Jimenez, da Folha. Procurada, a Globo, diz a Folha, negou a contratação. Disse que o filho de JB fora "apenas fazer uma visita ao Projac.

Só depois admitiu.

É uma história particularmente revoltante quando se lembra a severidade com que JB comandou o julgamento do Mensalão.

Ele fez pose de Catão com suas catilinárias anticorrupção, e impressionou muitos brasileiros que podem ser catalogados na faixa dos inocentes úteis.

Mas se fosse Catão não permitiria que seu filho trabalhasse na Globo. Não pagaria – como revelou o Diário – com dinheiro público a viagem de uma jornalista do Globo para uma viagem de completa irrelevância para a Costa Rica, apenas para obter cobertura positiva do jornal.

Não usaria, como se soube agora, recursos públicos para ver um jogo do Brasil num camarote de apresentadores – claro – da Globo.

E provavelmente Catão também jamais gastasse o equivalente a 90 000 reais, em dinheiro do contribuinte, para uma reforma.

Joaquim Barbosa não tem autoridade moral para ocupar o cargo que ocupa: infelizmente os fatos são claros.

Ele é um drama, uma calamidade nacional.

Sêneca dizia que era mais fácil começar uma coisa errada do que depois resolvê-la.

A nomeação de JB por Lula – que procurava um juiz negro para o Supremo — foi um erro monumental.

Resolvê-lo agora é uma enorme, uma trágica dificuldade.

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