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Nunes vê América Latina como "subcontinente" e Chávez como uma "má lembrança"

Blogueiro de Veja.com deprecia o continente e classifica Lula como "Lincoln de Galinheiro", Dilma como "Doutora em Nada", Cristina Kirchner como "Viúva Profissional", Evo Morales como "Lhama-de-Franja" e Fidel Castro como "Ditador de Adidas"

Nunes vê América Latina como "subcontinente" e Chávez como uma "má lembrança"

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247 - No dia da morte de Hugo Chávez, o jornalista Augusto Nunes, de Veja.com, aproveitou a oportunidade para depreciar o continente e todos os seus líderes políticos. Leia abaixo:

Como todos os chefes de seita que infestam o subcontinente, o bolívar-de-hospício logo será apenas uma má lembrança

Ditador da Argentina no começo dos anos 80, o general Leopoldo Galtieri apreciava uísque e cinema. Viu o filme que conta a história do general George Patton e, embalado por algumas doses de bom tamanho, achou-se muito parecido com o impetuoso militar americano. Meio litro depois, resolveu retomar da Inglaterra, à bala, as Ilhas que os ingleses chamam de Falkland e os argentinos de Malvinas. Galtieri descobriu tarde demais que não tinha nada em comum com Patton. Era fisicamente parecido com o ator George C. Scott, que encarnou no cinema o general de verdade.

Quem acreditou que venceria os exércitos ingleses, portanto, não foi um sargentão argentino. Foi um herói da Segunda Guerra. Essa divertida teoria do jornalista Elio Gaspari é a melhor explicação para a Guerra das Malvinas. Pode ser útil aos interessados em decifrar outras maluquices sul-americanas. O venezuelano Hugo Chávez, por exemplo, nomeou-se “herdeiro político de Simón Bolívar” tão logo chegou ao poder em 1999. Mais um pouco e descobriu que era uma cópia melhorada do original.

Ao menos em tese, Bolívar prezava a liberdade e a democracia. Chávez sempre foi mais um tiranete obcecado pelo mando ilimitado e perpétuo. El Libertador exibia um refinamento cultural que contrasta penosamente com a indigência intelectual do coronel com alma de sargentão. Bolivar liderou guerras de libertação que expulsaram os colonizadores de boa parte do subcontinente. Hugo Chávez passou a vida travando combates imaginários com o imperialismo ianque. Na segunda década do século 21, continuava alistado na Guerra Fria.

Recorrendo a chuvas de petrodólares, transformou em parceiros obedientes o Brasil de Lula e Dilma, a Argentina de Cristina Kirchner, a Bolívia de Evo Morales, o Equador de Rafael Correa, a Cuba dos Irmãos Castro e outras esquisitices cucarachas. Foi por ordem de Chávez, como registra o post de agosto de 2009 reproduzido na seçãoVale Reprise, que as Farc acabaram promovidas a “organização beligerante” por um Lincoln de galinheiro, uma Doutora em Nada, uma Viúva Profissional, um Lhama-de-Franja e um Ditador-de-Adidas. Coerentemente, o venezuelano que viveu num mundo surreal morreu jurando implantar primeiro na América do Sul, depois no restante do planeta, o “socialismo do século 21″.

Nem o criador sabia descrever de modo inteligível a estranha criatura. “O socialismo do século 21 é a grande arma para evitar a contaminação do imperialismo e do neoliberalismo”, recitava. Algum parentesco com o pesadelo soterrado pelos escombros do Muro de Berlim? “Não tem nada a ver com o socialismo adotado pela antiga União Soviética”, despistava. A expressão grandiloquente, vista de perto, é um codinome do chavismo. E o chavismo é só mais uma entre as incontáveis seitas populistas que infestam a América Latina desde a chegada dos navegantes europeus.

Como todos os fenômenos do gênero, o chavismo nunca se apoiou num conjunto de ideias, mas nos interesses do chefe. Como todas, pode até agonizar alguns anos, mas não sobreviverá à partida do comandante supremo. Como tantos demagogos populistas, Hugo Chávez logo será apenas uma má lembrança. Mais uma.

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