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Mídia

O Google e a síndrome de Pinky e Cérebro

Assim como os ratos de laboratrio da srie americana, os pais do gigante das buscas, Larry Page e Sergey Brin, querem dominar o mundo e fazer parte da vida de todos os usurios

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Por Gisele Federicce_247

Não há dúvidas de que a companhia que iniciou seu trabalho em 1998 no mercado das pesquisas pela internet fez muito mais do que virar líder esmagadora neste serviço. Atualmente, os criadores do Google, Larry Page e Sergey Brin, têm planos similares aos dos dois ratos brancos de laboratório da série de TV americana, Pinky e Cérebro, que a cada episódio criam novas táticas para tomar conta do planeta. Os pais do gigante instalado em Mountain View, na Califórnia, também pretendem dominar o mundo, nem que seja “só” o das informações.

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Uma das empresas que mais despertam desejo para se trabalhar em jovens talentos – atualmente sofrendo perdas para outras companhias ‘cool’, como Facebook e Twitter – quer estar em todas as atividades possíveis e imagináveis de um internauta. Vídeos, redes sociais, mapeamento e publicidade são apenas algumas delas. Larry Page, que assumiu como CEO no início de abril – mas já era o escolhido para o cargo desde janeiro – tem a difícil missão de concluir a tarefa iniciada por seu antecessor, Eric Schmidt: “organizar a informação mundial e torná-la universalmente acessível e útil”, sua missão declarada desde o início.

A nova jornada de Page já levou a empresa a gastar, nos primeiros três meses do ano, 54% a mais do que no mesmo período de 2010. O aumento equivale a US$ 2,84 milhões, cifra que corresponde à contratação de quase dois mil novos empregados, aumento de salários, aquisições imobiliárias e projetos de marketing. O dinheiro também terá de dar conta de uma longa lista de projetos que a empresa vem investindo nos últimos anos. Acusado pela justiça americana de praticar monopólio no mercado de buscas, podado em dar continuidade no Google Books – seu projeto de biblioteca virtual –, obrigado a resolver problemas em seu sistema móvel Android, acusado de invadir a privacidade dos cidadãos com o serviço de mapeamento Google Street View, entre outros incêndios, o Google precisa criar um bom plano para que sua fórmula não tenha o mesmo fim das ideias mirabolantes de Pinky e Cérebro, terminadas com frequência em completo desastre. Enquanto isso, deixa sua pegada em campos diversificados.

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No início, eram as buscas

O resultado das pesquisas do Google é tão importante que faz com que sites, empresas ou qualquer nome conhecido disputem a tapas as melhores posições. Especialistas da web já lançaram livros que ensinam os fatores fundamentais para manter um site entre os primeiros da lista e quais as melhores táticas para se fazer uma busca precisa.

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Hoje o Google é líder esmagador nesse mercado, que já foi disputado no Brasil por sites como o brasileiro “Cadê”, criado em 1995 e atualmente integrado ao Yahoo!. Os dados mais recentes, divulgados pela empresa de monitoramento da web StatCounter, mostra o império de Mountain View com uma participação de 89,94% nas buscas mundiais em fevereiro deste ano. Seus concorrentes crescem, mas ainda se colocam a uma distância significativa. O Bing, da Microsoft, fica em segundo lugar, com 4,37% nos resultados e, em terceiro, o Yahoo!, com 3,93%.

Mas a liderança não é por acaso. O Google vive aperfeiçoando sua forma de fazer buscas, seja acrescentando elementos humanos, para que seja cada vez mais relacionada ao interesse do usuário, seja incluindo elementos de redes sociais ou termos que se auto-completam enquanto o internauta ainda esteja digitando. Seus usuários são fieis e crescentes, deixando a empresa em uma posição bastante confortável na área em que hoje é referência mundial.

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No início de abril, o governo americano quis levar o Google aos tribunais, por uma investigação antitruste. O único motivo que ainda impedia a ação era a decisão do Departamento da Justiça do país sobre a aquisição de uma empresa de buscas na área de viagens e turismo pelo Google, a ITA Software. O negócio era de grande polêmica, mas acabou sendo liberado pelo órgão e a empresa recebeu permissão para concluir a compra.

A maior biblioteca do mundo

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Apesar de não ter um lucro potencial estimado, o Google Books foi definido pelo New York Times como o “filho querido” de Larry Page. O projeto de construir a maior biblioteca do mundo – não considerando apenas as virtuais – já tem hoje um acervo de 12 milhões de livros escaneados, segundo informações da Reuters.

Mas o ambicioso plano traz alguns problemas que o tornam difícil de ser concluído. Um acordo feito em 2008 dava direito à empresa de digitalizar qualquer obra já publicada e oferecê-la em sua biblioteca. No entanto, na última semana de março, um juiz federal da justiça americana recusou o pacto, que envolvia, além da empresa, a Associação dos Editores Americanos e o Sindicato dos Autores. As principais alegações para a oposição do acordo foi a possibilidade que o Google teria em gerar renda a partir de livros cujos direitos autorais fossem desconhecidos e, além disso, a liberdade em cobrar os preços que quisesse, já que nenhuma outra empresa teria condições de construir uma biblioteca similar para concorrer no mercado. Os livros que estão disponíveis na íntegra no Google Books são aqueles cujos direitos autorais já expiraram. Resta saber se Pinky e Cérebro continuarão lutando para ganhar mais essa.

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Google na sala de estar

A companhia de Page e Brin já deu vários sinais de querer ser a telinha da sala de estar. E muito mais do que isso: convencer as emissoras de televisão a abrirem seus conteúdos, dando assim mais um passo em seu plano de tornar a informação mundial acessível a todos. Em maio de 2010, foi anunciada a criação da Google TV, uma plataforma de TV digital que mistura serviços de vídeos oferecidos pela Internet – como Netflix e Hulu, de muito sucesso nos Estados Unidos – com canais de televisão, navegação pela web e redes sociais. Em outras palavras, uma televisão interativa e com muito mais canais do que a convencional.

Mas isso não é tudo. O serviço de vídeos do Google, o popular YouTube, que publica gratuitamente desde filmes amadores a profissionais, anunciou no início deste ano que negocia a transmissão de partidas ao vivo de basquete e hóquei pela internet, tornando-se assim mais uma opção de canal aos fãs do esporte. Este mês, o site noticiou que a plataforma de vídeos terá 20 canais com conteúdo exclusivo e profissional, a serem produzidos em parcerias com diretores de cinema e produtoras. Os canais terão longas horas de conteúdo em uma programação semanal. O Google gastará US$ 100 milhões nas produções e pretende, assim, criar um nicho de vídeos originais que se posiciona entre o conteúdo produzido pelos usuários do site e a programação de alto custo oferecida pela TV.

Esta semana, o portal fechou um acordo com as gigantes Warner, Universal e Sony a fim de ampliar sua oferta de filmes por aluguel. Desde janeiro, o canal YouTube Rentals, do site, já oferecia títulos lançados há alguns anos neste formato, como Todo Mundo em Pânico 4 (2006) e Os Indomáveis (2007), por cerca de US$ 2. A nova parceria reforça a posição do YouTube no mercado de alugueis via streaming – sem necessidade de download – e pela internet, que atualmente tem forte competição das americanas Amazon, Netflix e do iTunes, da Apple.

Sistemas móveis

O gigante das buscas é o dono do sistema móvel mais utilizado em todo o mundo, o Android, que ultrapassou recentemente o Symbian, da Nokia. Como de praxe quando se trata da filosofia das informações da empresa, trata-se de um software livre e que pode ser adaptado dependendo do tipo de celular em que será implantado. A plataforma também é uma gigantesca hospedeira de aplicativos, já que não exige o desenvolvimento de apps de forma exclusiva para o sistema, apenas adaptados. Porém, os mesmos motivos que dão ao Android o título de “livre” fazem do sistema alvo de reclamações de fabricantes de celulares e empresas desenvolvedoras de aplicativos, alegando uma “fragmentação” da plataforma. A dispersão de venda de aplicativos em mais de uma loja virtual é outro problema apontado, pois dispersa o nome da marca.

Não contente em ser a campeã no setor das plataformas móveis, o Google também é o pai do Chrome OS, para notebooks. Apesar de ainda pouco conhecido, o sistema operacional é uma das prioridades da empresa e um desejo pessoal de Larry Page fazer com que dê certo e que assim tire mercado do Windows, da Microsoft. Por isso, chegará ao mercado por volta do meio do ano com uma agressiva estratégia de marketing. Há rumores de que uma das formas de conquistar usuários será premiando com notebooks a quem fizer assinatura do sistema, que custaria de US$ 10 a US$ 20 por mês. Aparentemente, a venda do sistema não será feita diretamente pelo Google, assim como acontece com o Android. A plataforma está a caminho para mudar a era da computação, de acordo com as informações que envolvem o lançamento do produto.

Lutando contra o Facebook

A rede social mais popular no Brasil pertence ao Google: o Orkut. E por mais que em 2010 o rival Facebook tenha tido um crescimento estrondoso em comparação ao site implantado no País em 2004 (258% do Facebook ante apenas 28% do Orkut), as pessoas não excluem suas contas e permanecem frequentando o ambiente. Mas esse sucesso é registrado apenas no Brasil e, por não ter um trunfo como a rede de Mark Zuckerberg para ser exibido, o Google tem investido em outros serviços para manter-se no campo das redes sociais.

O Google Buzz chegou há um ano com o intuito de reunir num lugar só atualizações de amigos e compartilhamento de links, vídeos e qualquer outro tipo de conteúdo em apenas um lugar, no caso, o Gmail, seu serviço de correio eletrônico. O Buzz também tem versão para celulares.

Um anúncio mais recente foi a prova de que a companhia quer permanecer no mercado. Na linha do sucesso conquistado com o botão “curtir” do Facebook, uma atualização no serviço de buscas feita no final de março permite aos usuários indicarem links e sites favoritos aos amigos das redes sociais, identificados pelo Google através da conexão com o Buzz. O serviço, chamado “+1” (plus one), dá prioridade às páginas que forem indicadas pela rede de contatos, tornando a busca muito mais social do que mecânica.

Divulgue pelo Google

Considerando que o objetivo do Google é tornar acessível todo e qualquer tipo de conteúdo, a empresa não deixou de incluir nessa lista empresários que desejam anunciar. Com os planos de publicidade por meio de seu próprio site, a companhia conseguiu fazer o que nenhum outro veículo de comunicação foi capaz até hoje: tornar a propaganda tão acessível que ela só é paga quando utilizada. O plano permite até mesmo que empresas sem orçamento para investir nessa área consigam fazer publicidade. Há vários ambientes do site em que podem ser feitos anúncios publicitários, mas os mais conhecidos são o Google AdWords e o Google Sense.

O primeiro mostra links patrocinados nas barras laterais da página de buscas e, para que o link patrocinado só apareça ao usuário que faça buscas relacionadas àquele tema, o anunciante adiciona palavras-chave no momento em que cria sua publicidade, focando assim em um público-alvo específico e muitas vezes já interessado naquele produto ou serviço. O Google Grants permite a organizações sem fins lucrativos fazerem esse mesmo tipo de anúncio sem custo. E aos donos de sites que hospedarem anúncios do Google em suas páginas virtuais podem gerar receita com isso, se cadastrando no Google AdSense.

Mapeando o mundo

O Google é a empresa que possui o serviço mais completo de mapeamento mundial. A começar pelo Google Earth, um programa de computador que mostra imagens do globo terrestre a partir de fotos de satélite e de aeronaves. O Google Maps é um guia completo disponível na web com mapas do mundo todo que funciona a partir de um sistema de busca. Um de seus recursos é o Google Street View, que disponibiliza vistas panorâmicas e permite ao usuário “caminhar” no nível da rua e ver casas e estabelecimentos de perto. Iniciado em 2007 com imagens de cinco cidades americanas, o serviço traz atualmente milhares de localizações em diversos países, incluindo dezenas de municípios brasileiros. As fotos são tiradas por um carro da companhia, que carrega uma câmera no teto, ou com bicicletas, no caso de regiões de difícil acesso. O serviço já causou uma série de polêmicas, como o registro de pessoas em situações constrangedoras – uma japonesa processou a empresa por mostrar suas calcinhas no varal. Esta semana, a prefeitura do Rio de Janeiro ganhou na Justiça o direito de obrigar o Google a retirar as favelas da cidade do serviço de mapas, que incluía cerca de 600 favelas, mas não considerava alguns bairros pequenos e pontos turísticos. A companhia fará as alterações em seis meses.

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