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O Natal triste do país que quer ser feliz

Para o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, a direita brasileira "transformou este país que havia reencontrado o orgulho, a confiança, a ideia de que poderia ser e seria um grande país num país de ódio, de xingos, de inaceitação das diferenças e das urnas e que, arruinado, enfrenta hoje o Natal da tristeza"; "Cafonas ou não, quase não há luzes nas fachadas, muitas árvores ficaram em suas caixas empoeiradas, há pouca gente nas ruas, há quase ninguém nas lojas", descreve

Para o jornalista Fernando Brito, do Tijolaço, a direita brasileira "transformou este país que havia reencontrado o orgulho, a confiança, a ideia de que poderia ser e seria um grande país num país de ódio, de xingos, de inaceitação das diferenças e das urnas e que, arruinado, enfrenta hoje o Natal da tristeza"; "Cafonas ou não, quase não há luzes nas fachadas, muitas árvores ficaram em suas caixas empoeiradas, há pouca gente nas ruas, há quase ninguém nas lojas", descreve (Foto: Gisele Federicce)
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Por Fernando Brito, do Tijolaço

Paulo Honório, personagem do clássico de Graciliano Ramos, diz, à certa altura, que ” nunca soube mais quais foram os meus atos bons e quais foram os maus. Fiz coisas boas que me trouxeram prejuízo; fiz coisas ruins que deram lucro. E como sempre tive a intenção de possuir as terras de São Bernardo, considerei as ações que me levaram a obtê-las”.

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Pois a direita brasileira vestiu o figurino de Paulo Honório e transformou este país que havia reencontrado o orgulho, a confiança, a ideia de que poderia ser e seria um grande país num país de ódio, de xingos, de inaceitação das diferenças e das urnas e que, arruinado, enfrenta hoje o Natal da tristeza.

Cafonas ou não, quase não há luzes nas fachadas,, muitas árvores ficaram em suas caixas empoeiradas, há pouca gente nas ruas, há quase ninguém nas lojas.

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Claro que tivemos todos nós nossas culpas.

Desde a gente que foi ao governo em nome do povo e, lá, passou a  se comportar como os que de lá o povo,  tirou tanto quanto  por termos a ilusão de não entender que, como Paulo Honório, todos movem-se por interesses e uns poucos por ideias e sentimentos. E que as ideias e sentimentos, como fazemos aos filhos, só se fixam se as repetimos, repetimos, repetimos. E praticamos, também.

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Fomos avaros em fazer o nosso povo sentir, mais que entender, a extensão da batalha que se travava.

Mas isso é pouco, muito pouco, diante dos interesses que se levantaram para que o Brasil voltasse a ser o que sempre foi: um país chinfrim e mau.

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Um país de gente que, se não é agressiva, é triste.

Semana passada, na volta para a casa da mãe, o rádio do carro noticiando que as ruas do comércio estavam (como estão) vazias e as pessoas não podem comprar seus presentes de confraternização, meu filho pequeno me disse: pai, eu vou falar uma coisa que eu não devia falar, mas eu vou falar.

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-Fala, filho…

-Pai, a gente não podia cancelar o Natal este ano, para ninguém ficar triste?

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Era muito complicado eu tentar convencê-lo – e tentei – que a gente podia ser feliz em apenas estarmos juntos. Preferi usar o truque da lógica que as crianças sempre entendem.

-Mas como é que a gente ia pular o dia 25, ia passar do 24 para o 26 sem o 25?

Não dá mesmo para sumir com a data difícil, mas dá para lembrar que amanhã é outro dia, para construir e erguer.

Aprendemos, talvez, alguma coisa: que quando a gente para de ter sonhos, só o que se tem são pesadelos.

Quem viu a face da esperança, dela não vai esquecer nunca.

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