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Mídia

O que a Globonews não contou

Especial sobre jornalismo nos tablets preferiu dar voz velha mdia, escondendo a nova

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Leonardo Attuch_247 – A Globonews acaba de levar ao ar um especial sobre o futuro do jornalismo, depois da chegada dos tablets. Na semana passada, fui procurado pela editora da Globo, Beatriz Buarque, que agendou uma entrevista comigo para a última terça-feira, 5 de julho. Na véspera, sem maiores explicações, recebo dela um email, nos seguintes termos:

Olá Leonardo!

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Tudo bem?

Vamos ter que cancelar nossa entrevista de amanhã por motivos técnicos...

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Obrigada pela atenção.

Abs,

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Beatriz Buarque

Quais terão sido os motivos técnicos? Jamais saberei responder. A Globo preferiu ouvir, talvez por possuir uma operação importante no mundo do papel, três renomados profissionais da mídia impressa: Pedro Doria, do Globo, Fabio Altman, da Veja, e Sergio Davila, da Folha de S. Paulo, além do consultor Rosenthal Calmon Alves, professor da Universidade do Texas.

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Será que as Organizações Globo já nos veem como concorrentes? Tomara. E essa exclusão nos envaidece. Fomos apenas citados rapidamente, como o primeiro jornal brasileiro desenvolvido para os tablets, antes que a reportagem entrasse no caso do The Daily, do bilionário australiano Rupert Murdoch.

Mas como não fomos ouvidos, queremos aqui, no quintal que não é nosso, mas dos nossos leitores/colaboradores, rebater alguns argumentos apresentados pelos queridos colegas da mídia impressa, começando por Sergio Davila, da Folha. O diretor de redação da Barão de Limeira disse uma frase correta: “Information wants to free”. Sim, a informação quer ser – e será – livre, assim como será grátis. Mas, em seguida, ele emendou dizendo que informação de qualidade custa caro para produzir. Insinuou, portanto, que a qualidade pertence ao mundo do jornalismo pago. Se fosse assim, não haveria qualidade no Uol, que pertence ao grupo Folha, ou na TV Globo, da família Marinho. Se o mundo online e os tablets nos livram dos custos do papel, das gráficas e da distribuição, por que o jornalismo de amanhã terá que ser pago? A informação quer ser e será livre, Sergio. Você mesmo disse.

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Fabio Altman, da Veja, foi de uma sinceridade desconcertante. Disse que eles não podem fazer, no tablet, tudo aquilo que gostariam para não frustrar os leitores que os leem apenas no mundo do papel. Eis aí o dilema de quem vive entre dois mundos: o velho e o novo. Todos sabem que o velho um dia irá morrer, mas fazem de tudo para dar sobrevida à galinha dos ovos de ouro, enquanto ela ainda os põe. Bom para um jornal como o 247, que já nasceu livre e não carrega nenhuma herança do passado.

Pedro Doria, o mais digital dos três profissionais, apresentou um número relevante. Enquanto um leitor na internet fica, em média, oito minutos num site, ele gasta cerca de 30 minutos numa publicação impressa. No tablet, o tempo gasto é ainda maior: 40 minutos. E ele foi franco ao dizer que o futuro ainda está sendo construído. Cedo demais, portanto, para prever qualquer desfecho. No fim, Rosenthal Calmon Alves citou a experiência do The Huffington Post. O site é hoje o jornal mais acessado dos Estados Unidos, à frente até do The New York Times, provando que existe sim espaço para experiências de jornalismo colaborativo na mídia do amanhã. Anotem duas palavras: “crowdsourcing” e “crowdfunding”. Elas serão cada vez mais ditas e repetidas porque o futuro é wiki. É colaborativo.

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Por fim, queremos compartilhar com vocês, leitores, alguns dos nossos números. Além de 30 mil aplicativos baixados no iPad – e muitos mais que virão em outros tablets no sistema Android – estamos tendo uma audiência a cada dia maior na internet. Em março, quando estreamos, éramos 59 mil heroicos visitantes únicos. Em junho, fomos 2,7 milhões, com 41 milhões de page views. Neste exato momento, com dez dias incompletos de julho, superamos 1 milhão de visitantes.

Também estreamos, há uma semana, o Bahia 247, primeira afiliada da nossa rede. Em breve, estaremos em todos os estados brasileiros, com operações que valorizam o jornalismo local e as realidades regionais.

Tantas têm sido as surpresas positivas que temos apenas uma palavra a dizer a todos vocês: obrigado. Aliás, muito obrigado por nos acompanharem e contribuirem também com artigos, sugestões e novas ideias. O futuro está apenas começando. E nós apostamos que ele será grátis, colaborativo, plural, libertário e 247 – 24 horas por dia, sete dias por semana.

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