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Mídia

O último conselho de Steve Jobs

A Google precisa achar um foco, senão correrá o risco de sucumbir frente aos vários adversários

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Segundo a biografia de Jobs, escrita por Walter Isaacson, Steve se encontrou com um dos fundadores da Google, Larry Page, algumas semanas antes de falecer, fez as pazes e deu conselhos ao empreendedor. Segundo o CEO da Apple, a Google precisa achar um foco, senão correrá o risco de sucumbir frente aos vários adversários. Esse foi, provavelmente, um dos últimos conselhos de Steve Jobs.

Steve Jobs estava certo, a Google necessita de foco. Num mundo marcado pelo predadorismo, ele precisa definir um rumo para não se ver engolido por outros gigantes como Microsoft, Facebook, Yahoo e até a própria Apple.

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Desde o retorno de Larry Page ao comando da empresa, algumas áreas foram definidas como estratégicas para a Google (ao que parece, seguindo o conselho de Jobs) e são: Publicidade (seu maior negócio), Android, YouTube e rede social (leia-se Google+)

A publicidade e o Google

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Desde o seu surgimento, o grande negócio do site é a publicidade. As milhares de buscas e cliques nos links patrocinados geram bilhões de dólares todo ano para a empresa, e ela é líder nesse segmento. A funcionalidade do Adwords e do Adsense é excepcional, e transformou o site num gigante da tecnologia mundial.

No entanto, não são só flores no mundo da busca. A Microsoft entrou pesado no segmento e o seu buscador, o Bing, já possui certa popularidade, principalmente nos EUA, assim como o Yahoo, seu antigo concorrente. Recentemente, a Apple lançou o seu assistente pessoal chamado Siri, que apresenta dados ao usuário ao invés de site. O que isso impacta para o Google? A partir do momento que o usuário se vê diante da informação que ele precisa, menos chance de ele querer buscar algum site para achar aquela mesma informação. O programa também utiliza outros bancos de dados que não levam ao Google, como o Yelp.

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Além disso, quem vem crescendo muito no mercado de publicidade na web é o Facebook. Com um sistema semelhante de pagamento por visualização (CPM) ou por clique (CPC), a rede social mostrou-se uma poderosa ferramenta de divulgação, vez que possui mais de 800 milhões de usuários. Recentemente, no evento F8 organizado pelo próprio Facebook, o seu CEO Mark Zuckerberg anunciou que mais de 500 milhões de pessoas acessaram o site num único mês. Isso significa uma enorme audiência para os anunciantes e uma mina de ouro para o Facebook. Além disso, a interação direta com os seus amigos e amigos dos seus amigos gera um tráfego intenso de dados não acessíveis pelo Google.

Links patrocinados em site de busca ainda é um grande negócio, mas até quando?

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Android e sua razão de ser

O Android é o maior sistema móvel do mundo e isso ninguém duvida, é só olhar os dados oficiais. No entanto, os usuários reclamam constante da fragmentação do sistema e a demora na atualização. Em resposta, a empresa promete acabar com isso e resolver o problema, algo muito positivo.

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O X da questão da Google com o Android não é a Apple. Muito provavelmente, a Apple irá continuar tendo sua parcela fiel de usuários do iOS, como faz com o Mac. O medo dela é a Microsoft e o seu Windows Phone, que poderá tomar uma parcela significativa nos smartphones e também nos tablets. Segundo pesquisa realizada nos EUA, 70% das pessoas responderam que comprariam um tablet da Microsoft. Como dito, não significa tanto problema para a Apple, visto que o Apple maníaco dificilmente se livrará do iPad, mas e o resto? Será que a Google consegue fidelidade dos seus usuários frente à concorrência da Microsoft? Se ela começar a perder mercado, um gigantesco investimento nesse sistema pode ter ido por água abaixo e voltamos à discussão da necessidade de foco da empresa.

O Android não é um sistema ruim (muito pelo contrário) e não está fadado ao fracasso, mas a empresa precisa definir uma estratégia de negócios claro para permanecer na liderança dos dispositivos móveis.

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YouTube e a tv moderna

O site de vídeos possui maior audiência que as 3 maiores emissoras dos EUA juntas. É o maior canal de vídeos do mundo e provocou uma revolução no modo como consumimos mídia. Mas vamos falar do lado empresarial e segue um detalhe importante: o negócio nunca deu lucro e não é difícil imaginar por que.

A Google precisa gastar milhões de dólares todo ano para manter o mega servidor do YouTube. De onde ele arranca dinheiro pra isso? Novamente, da publicidade, por meio do já falado Adwords e seus anúncios patrocinados e alguns banners negociados com grandes empresas (produtoras de filmes, por ex). No entanto, o anúncio patrocinado no modelo de negócios do YouTube não parece adequado, e o patrocínio das grandes empresas não é suficiente. A empresa precisa repensar na publicidade desse canal para aproveitar sua potencialidade.

Além disso, novamente o Facebook ataca o Google. Quem nunca assistiu um vídeo diretamente na rede social? Toda vez que fazemos isso, os anúncios do Youtube não são exibidos e isso não gera tráfego para o site (faça um teste – assista a um vídeo postado no Facebook e verifique se o contador de visualizações do Youtube aumentou). Muito pelo contrário, é possível que um anúncio no Facebook te chame atenção enquanto você está assistindo ao vídeo hospedado no YouTube. A Google gasta para manter o site e o dinheiro vai para o Facebook. Péssimo negócio.

Google + e o mistério de como ser social

A Google nunca soube muito bem criar redes sociais. O Orkut só fez sucesso no Brasil e na Índia, o Buzz foi um fracasso... Agora temos o Google+ e o que esperar? Ela é a rede social com maior crescimento na história, mas também já registrou uma debandada de usuários. Problema? O usuário, cada dia mais, quer concentrar sua vida num único site, e não ter que ter contas espalhadas por vários. Nesse sentido, o Facebook, com seus 800 milhões de usuários, se torna quase imbatível. Além disso, as novidades do Google+ facilmente foram incorporadas ao Facebook (principalmente o conceito de compartilhamento em grupos fechados). É cedo para falar no futuro do Google+, mas analisando o contexto atual e o retrospectivo da empresa, não aposto minhas fichas em seu sucesso.

A Google é uma empresa gigantesca, responsável por diversas inovações tecnológicas e capaz de criar serviços fantásticos que nós nunca mais conseguiremos deixar de usar. No entanto, para que ela continue prosperando nas próximas décadas, é preciso definir estratégias mais coerentes e se concentrar em seu maior negócio: a publicidade.

Júlio Cesar Azevedo é pesquisador no ramo de tecnologia e mídias sociais, analista de investimento em startups e projetos inovadores.

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