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Para ombudsman, Janio comprova pluralidade da Folha

Artigos do mais experiente jornalista do jornal sobre o mensalão, que faz parte do conselho editorial, despertam amor ou ódio, segundo a ombudsman Suzana Singer; ela explica, no entanto, que a opinião do colunista não expressa a posição da Folha

Para ombudsman, Janio comprova pluralidade da Folha (Foto: Marisa Cauduro/Folhapress)
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247 - Membro do conselho editorial da Folha, Janio de Freitas adotou uma postura completamente distinta da direção do jornal em seus artigos sobre o julgamento da Ação Penal 470. Mas isso, segundo a ombudsman Suzana Singer, apenas reforça uma das características da Folha, que seria sua pluralidade de ideais e opiniões. Leia abaixo:

Pensar diferente

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As colunas de Janio de Freitas sobre o julgamento do mensalão têm provocado reações de "amor" e "ódio". É fácil entender por quê.

Enquanto a quase totalidade dos colunistas aplaudia as decisões do Supremo Tribunal Federal, Janio de Freitas criticava ministros e levantava dúvidas sobre as provas e teorias citadas para condenar os réus.

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No domingo passado, por exemplo, o jornalista afirmou que "a condenação de José Dirceu está apoiada por motivos políticos". Criticou ainda a forma como Joaquim Barbosa tratou Ricardo Lewandowski, o revisor do processo, e afirmou que, no futuro, o julgamento será visto como "essencialmente político".

Nos últimos cinco meses, o colunista incluiu no seu rol de críticas a imprensa, por ter feito, segundo ele, uma cobertura parcial. No final de julho, escreveu: "O julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal é desnecessário. Entre a insinuação mal disfarçada e a condenação explícita, a massa de reportagens e comentários lançados agora, sobre o mensalão, contém uma evidência condenatória que equivale à dispensa dos magistrados e das leis a que devem servir os seus saberes" (http://folha.com/no1128832).

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A turma do "ódio" tacha o colunista de "porta-voz do PT", "chapa-branca" e "ingênuo". Os seus defensores o consideram "corajoso", "ético" e "lúcido". Elogios e insultos à parte, o que os leitores parecem não entender é a salutar distância entre os artigos de opinião e o noticiário.

As dúvidas levantadas por Janio a favor dos condenados não "destroem a imagem de independência do jornal", como apontou um leitor, mas também não "provam que as reportagens publicadas são sempre contra o PT", como acredita outro.

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Janio de Freitas é membro do Conselho Editorial. Em junho do ano que vem, sua coluna publicada na seção política completará 30 anos. A importância do jornalista não significa, porém, que seus textos devam ser lidos como "a" opinião da Folha, que é expressa nos editoriais -escritos por uma equipe chefiada pelo editor de "Opinião", não pelo Conselho Editorial.

Uma das características mais elogiáveis da Folha é manter a diversidade no seu plantel de colunistas. Eles não precisam estar alinhados com as posições do jornal, o importante é que não pensem em uníssono para que sejam apresentadas diferentes visões sobre um fato.

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Tanto os detratores do colunista quanto os seus seguidores se indignam com o jornal. Os primeiros porque a Folha mantém quem "renega o trabalho dos seus próprios repórteres" (ele já escreveu que o termo "mensalão" não faz sentido). Os outros porque a Redação "ignora tudo o que Janio escreve" (e não investiga as dúvidas apontadas por ele). Nenhum dos extremos percebe que estão fazendo um tremendo elogio ao perguntarem "como a Folha dá destaque a alguém que confronta aquilo em que ela própria acredita". O nome disso é pluralidade.

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