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Para Veja, Rose sabe de tudo e Lula, de nada

Reportagem de capa sobre o "Rosegate" insinua caso extraconjugal, com contornos que extrapolam os limites da privacidade de um governante. "A forma como o ex-presidente distribui o seu afeto, portanto, é uma questão que só diz respeito a ele e a seus familiares. A partir do momento, porém, que as consequências dessas escolhas transbordam para a esfera pública, ele não tem outra opção a não ser se explicar", diz o texto; contra Lula, vale o que não valeu contra FHC

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247 - "Nos anos 90, Rose era uma morena de cabelos longos e contornos voluptuosos que, trabalhando como bancária, passou a frequentar o sindicato da categoria em São Paulo. Ex-colegas daquele tempo lembram que ela chegou a participar de plenárias e discussões partidárias, mas nunca se destacou como dirigente. Fazia mais sucesso nas festas que aconteciam nas quadras do sindicato…" Assim, como uma bombshell do proletariado, Rosemary Nóvoa de Noronha é apresentada na reportagem de capa de Veja deste fim de semana.

Em nenhum momento, a reportagem crava a existência de uma relação extraconjugal entre Rosemary e o ex-presidente Lula, mas em vários trechos o insinua de forma explícita. E ecoa um argumento usado pelo também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, nesta semana. "Uma coisa é o governo, outra coisa é a família. A confusão entre o interesse da família e o interesse público leva à corrupção, um cupim da democracia", disse o ex-presidente.

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Embora Rose não seja parte da família de Lula, ela tem sido apontada em várias reportagens como uma relação pessoal, com conotação sexual. E a reportagem de Veja aponta também uma mistura entre o público e o privado. "A forma como o ex-presidente distribui o seu afeto, portanto, é uma questão que só diz respeito a ele e a seus familiares. A partir do momento, porém, que as consequências dessas escolhas transbordam para a esfera pública, ele não tem outra opção a não ser se explicar", diz o texto.

A  vida privada de FHC

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Lula está na alça de mira e o caso da suposta amante é o instrumento que resta para eliminá-lo, depois do julgamento da Ação Penal 470. Os meios de comunicação, no entanto, adotam um comportamento totalmente distinto do dispensado ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que manteve um caso extraconjugal com uma jornalista da Globo, Miriam Dutra, e teve o apoio de todos os grandes veículos para ocultá-lo durante oito anos.

O único jornalista que se dispôs a romper o pacto de silêncio foi Palmério Doria, editor da revista Caros Amigos, que, em 2000, publicou a capa: “Por que a Imprensa esconde o filho de oito anos de FHC com a repórter da Globo?”. Para escrever sua reportagem, Doria resolveu procurar os diretores de redação de várias publicações. Otávio Frias Filho, da Folha, disse que o jornal “não publica assuntos de ordem afetiva enquanto pelo menos uma das partes não se manifestar”. A Editora Abril, por sua vez, se recusou a vender a foto que possuía de Miriam Dutra. Mario Sergio Conti, diretor de Veja, disse o seguinte, aos berros, ao jornalista: “Eu não sou da sua laia; leve a sua calhordice até o fim”. Augusto Nunes, então na Zero Hora, disse que todos os jornais tinham a história e que, se um desse, todos dariam. Aluizio Maranhão, do Estadão, afirmou que não havia provas e que, portanto, o jornal não tinha nenhuma matéria na gaveta. Hélio Campos Mello, da Istoé, utilizou o mesmo argumento.

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Após a morte de Ruth Cardoso, FHC reconheceu a paternidade de Tomás, seu suposto filho com Miriam Dutra, que, ao longo dos oito anos de governo tucano, foi mantida pela Globo em Portugal. Durante todo esse período, ao menos um lobista ligado à família da jornalista intermediou grandes negócios em Brasília. Recentemente, um teste de paternidade revelou que o pai da criança não é FHC. Silentes, os meios de comunicação perderam boas histórias.

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