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Mídia

Pedrinho, pop-ups e audiência

Quem não gosta de ver um filme, ou uma série sem interrupções apenas tendo como barulho o mastigar das pipocas?

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Quando as primeiras empresas de TV por assinatura desembarcaram no Brasil, nos anos 90, um dos principais apelos era a possibilidade de não ter break comercial. Lembram disto?

Os canais “mais legais” tinham este call to action. No entanto, existia um tempo para exibir o que iria ter na programação, desde lançamentos de novas séries, até calendários de filmes a entrar na grade. Estamos falando de um universo com 100 assinantes em 1991, chegando em 1999 na marca de mais de 500 mil (Dados das próprias operadoras).

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Como estamos hoje? Bom, toda vez que saio da condição de analista/crítico de comunicação, e estou com meu controle remoto nas mãos fico totalmente desapontado. As operadoras de entretenimento deste tipo de sistema acreditam na fórmula de “high frenquency”, acredito eu. A exaustão e a fadiga vendo as séries fazem com que, mesmo quem tenha acesso as séries via “fatura”, nos meios oficiais, busquem alternativas para fugir de tamanha chatice. Quem não gosta de ver um filme, ou uma série sem interrupções apenas tendo como barulho o mastigar das pipocas? Depois vem a lamúria da indústria cultural contra a distribuição alternativa de seu conteúdo, e notem, hoje as empresas de TV Fechada possuem mais de 9.768.993 domicílios atendidos. Isto é muito considerável!

No último domingo, num canal de documentários científicos havia mais conteúdo promocional do que conteúdo próprio da série em questão. Os produtos “odontológicos”, “casa do Pedrinho”, “perfumes para pessoas Vips” e chamadas para novos “episódios” se sobressaíam à atenção prioritária. E pior, além do reclame inflado, durante a série, existe pop-ups, lettering e todos os tipos de artifícios dentro da trama quista. Pôxa, se já recebemos uma overdose de “veja isto, compre aquilo, seja único, seus dentes mais brancos”, por que durante a narrativa sobre a antiguidade tem de aparecer “fantasmas” indicando um novo episodio daquele programa de pescaria que você nem tem interesse? Não bastam os 20 minutos de indicação repetitiva entre o “estamos apresentando” com total de 40 minutos? A representação em share de conteúdo fica em torno de 35% da programação, sem contar com os ditos “fantasmas”. Somando tudo chega-se a 50% fácil, de ruídos.

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Tudo bem que estamos numa era mais ágil, e hiperlinkada, mas tem horas que todo este volume de informação gera um ruído mais do que desagradável. Precisamos descansar. Relaxar de tamanha informação. A última coisa que estamos interessados é se a escova dental tem mais cerdas do que a outra, e blá-blá-blá...

Eu, como consumidor, quando me sento em minha poltrona, já me satisfaço com o menu digital que minha operadora fornece. Não tenho necessidade de ficar sendo interrompido para “saber mais a respeito” daquela série ficcional. A internet cumpre este papel junto com o botão de mais informações na hora do zapping. Temos de rever isto!

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Estes conceitos estão cada vez mais equivocados - as operadoras não estão sozinhas. Os anunciantes parecem não se basear mais em pesquisas. O importante é o calhau (espaço não comercializado, e com desconto) ou pacotes com muitas inserções. Cada vez mais o “rotativo” ganha espaço, e “enche o saco” no telespectador. Cadê as pesquisas? Cadê as focus group? Medições de recall?

Enfim, fico na expectativa para a chegada das TVs interativas. Teremos este tipo de comportamento amplificado? Ou poderemos aposentar os torrents para ver as séries sem o “Pedrinho”?

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