CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Mídia

Pesquisa: radicalização pode fazer Bolsonaro ser o novo Collor. O anti-Lula

"Trinta anos atrás, o governo ilegítimo de José Sarney, também dono de maioria parlamentar, transformou em lixo eleitoral personagens muito mais respeitáveis que os tucanos", lembra o jornalista Fernando Brito, editor do Tijolaço; "Quem apareceu foi um aventureiro moralista chamado Fernando Collor de Mello. De início, não era, mas passou a ser a esperança da direita, contra Brizola e Lula. E, com isso, o candidato da mídia e da classe média. Bolsonaro não é Collor, nem é Moro. Mas encarna a tradução numa versão mais primitiva do que o primeiro despertou e o segundo desperta", analisa 

Jair Bolsonaro e Fernando Collor (Foto: Giuliana Miranda)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Fernando Brito, editor do Tijolaço

O dado mais curioso – e preocupante para os nossos níveis de civilização – revelado pela pesquisa eleitoral da Confederação Nacional do Comércio é que, além de Lula, o único candidato que cresce é Jair Bolsonaro.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Ele cresce de 3,5% para 6,5% em quatro meses.

No cenário mais provável, com Marina e Aécio candidatos, Bolsonaro sai de 6,5% para 11,3%, com Ciro candidato, e de 7,9% para 12% sem o ex-governador do Ceará.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Muito longe de Lula, claro, que tem 30,5% e 32, 8%, em cada situação.

Mas está décimos atrás de Marina e de Aécio, que caem, enquanto ele sobe.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Os pesquisadores estratificaram o eleitorado de cada um, não por acaso.

Lula, claro, tem mais eleitores entre os mais pobres e com menos escolaridade, onde chega a 49,5%.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Mas impressiona o avanço de Bolsonaro entre os com mais dinheiro, mais educação e mais jovens.

Entre os que têm renda superior a 5 salários-mínimos, ele chega a 20,4%.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Nos que possuem nível superior, quase o mesmo: 20,7%.

É claro que pesquisas não devem merecer confiabilidade absoluta e nem poderiam ter, ainda tão longe das eleições.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Mas elas revelam indícios, tendências.

E não é absurdo que o quadro de histeria demagógica que se empurrou sobre o Brasil de desdobre numa loucura eleitoral.

30 anos atrás, o governo ilegítimo de José Sarney, também dono de maioria parlamentar, transformou em lixo eleitoral personagens muito mais respeitáveis que os tucanos. Ulysses Guimarães e Aureliano Chaves, dois conservadores que possuíam uma história política, viraram um zero eleitoral. Mário Covas, festejado pela mídia, não foi além de 10% dos votos.

Quem apareceu foi um aventureiro moralista chamado Fernando Collor de Mello.

De início, não era, mas passou a ser a esperança da direita, contra Brizola e Lula. E, com isso, o candidato da mídia e da classe média.

Bolsonaro não é Collor, nem é Moro. Mas encarna a tradução numa versão mais primitiva do que o primeiro despertou e o segundo desperta.

Eleitoralmente, pode ser bom para Lula e a direita só apostará em Bolsonaro se não tiver alternativa, como o “bundinha de neném” João Doria.

Mas, como marco civilizatório, uma imensa regressão para o Brasil.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO