Sakamoto: após o corpo, querem matar reputação de Marielle
"Quando uma figura pública é muito grande, não basta matar seu corpo físico. É necessário destruir sua autoridade e credibilidade para reduzir a influência de seu exemplo e de suas ideias. Caso contrário, elas podem dar frutos e sobreviver por muito tempo após a morte. Às vezes, indefinidamente", escreve o jornalista Leonardo Sakamoto; "Uma vez executada Marielle, portanto, é hora de assassinar sua reputação, sob o risco de muitas outras vozes brotarem do galho que foi podado"
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Por Leonardo Sakamoto, em seu Facebook - Enquanto as investigações analisam se milícias, formadas por agentes públicos de segurança corruptos, estão envolvidas no assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, as milícias digitais têm agido com força para tentar assassinar a reputação da vereadora pelo PSOL.
A circulação de material fraudento foi usado para tentar reduzir o impacto nas ruas e nas redes dos protestos pela sua morte, que apontavam-na como mártir da luta contra violência e pela garantia de direitos iguais a negros, pobres, mulheres e da população LGBTT. Grupos temem que a reação catártica à sua execução pode ajudar a mudar o balanço de forças sociais, reduzindo o espaço das milícias de extrema direita na construção de significados coletivos. Lugar em que estão confortavelmente instaladas desde o impeachment, agindo, para além da política, na censura e demonização de exposições artísticas e na repressão a jornalistas. E isso tem inequívoca influência nas eleições gerais de outubro.
Quando uma figura pública é muito grande, não basta matar seu corpo físico. É necessário destruir sua autoridade e credibilidade para reduzir a influência de seu exemplo e de suas ideias. Caso contrário, elas podem dar frutos e sobreviver por muito tempo após a morte. Às vezes, indefinidamente.
Uma vez executada Marielle, portanto, é hora de assassinar sua reputação, sob o risco de muitas outras vozes brotarem do galho que foi podado.
O silêncio diante dessa tentativa de duplo homicídio nas redes sociais dos amigos, da família, do trabalho, da escola, representa, portanto, a mais pura conivência.
(Leia a íntegra do texto no post do blog)
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