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‘Se tudo ocorrer como idealizado, Dilma será gladiadora dos juros miúdos’

Nas palavras do jornalista Josias de Souza, governo Dilma est otimista com a aprovao das novas regras da poupana porque votar contra juros baixos soaria impatritico

‘Se tudo ocorrer como idealizado, Dilma será gladiadora dos juros miúdos’ (Foto: Divulgação)
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247 – A presidente Dilma Rousseff está tão otimista com as novas regras da poupança que acredita contar até mesmo com o apoio da oposição. Porque, segundo o jornalista Josias de Souza, votar contra juros baixos soaria impatriótico. Por ora, apenas o deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS, levou o pé atrás.

Leia o artigo na íntegra:

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Na avaliação dos operadores políticos de Dilma Rousseff, os partidos que se opõem ao governo no Congresso terão dificuldades para construir um discurso contrário à medida provisória que modificou as regras da caderneta de poupança. Trabalha-se no Planalto com a perspectiva de uma aprovação tranquila –com os votos do bloco governista e com o discreto apoio da maioria da banda oposicionista.

Nesta quinta (4), em reuniões separadas com líderes partidários, sindicalistas e empresários, Dilma e o ministro Guido Mantega (Fazenda) venderam a providência como algo indispensável à cruzada para dotar o país de taxas de juros civilizadas. No encontro com os representantes dos partidos da coalizão, não se ouviu um pio contra. Quem falou aplaudiu.

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Da oposição não se espera que bata palmas. Mas imagina-se que poucos se animarão a votar contra. Juros baixos é algo que todo mundo deseja. Assim, nessa visão otimista do governo, os votos oposicionistas virão porque votar contra soaria impatriótico.

Pelas novas regras, o rendimento da poupança será podado sempre que os juros básicos da economia (Selic) atingirem patamar igual ou inferior a 8,5%. Nessas hipóteses, a remuneração da caderneta será de 70% da Selic. Com isso, o BC fica liberado para podar os juros, hoje em 9%, sem o risco de fazer da poupança um investimento mais atrativo que outras aplicações, atraindo o investidor endinheirado.

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Em 2009, quando a Selic estava em 8,75%, Lula esboçou a intenção de bulir com a poupança. Arrostou no Congresso, mesmo entre os aliados, uma densa aversão. O oposicionista PPS levou à TV comerciais tóxicos. Nas peças, Lula foi comparado a Fernando Collor, que patrocinara em 1990 o confisco da poupança. A despeito dos altos índices de popularidade, Lula deu meia volta.

Dilma volta à carga com uma fórmula diferente. Sob Lula, a equipe de Mantega tramara cobrar Imposto de Renda de todos os depósitos em poupança que ultrapassassem os R$ 50 mil. Na nova versão, a caderneta continua sendo uma aplicação livre de impostos. De resto, o governo cuidou para que as mudanças afetem apenas as novas poupanças e os depósitos feitos a partir desta sexta (4). Para as cadernetas antigas, valem as velhas regras. Algo que permite às autoridades de Brasília esgrimir o discurso de que não há quebra de contratos.

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“Creio que não teremos dificuldades para aprovar”, diz o deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder do PMDB, traduzindo o que vai na alma da maioria dos congressistas do condomínio governista. Na oposição, por ora, apenas o deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS, levou o pé atrás.

Ainda assim, as ressalvas de Freire soam menos peremptórias do que as manifestações de 2009. O PPS volta a declarar-se contra, mas faz uma concessão à dúvida: “Vamos estudar as medidas apresentadas, mas o PPS mantém posicionamento contrário à mudança das regras do rendimento da caderneta de poupança.”

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Freire pega em lanças: “Isso poderá resultar em graves prejuízos aos poupadores das classes populares. Como sempre, a escolha do governo Lula/Dilma é pelo setor financeiro e seus ganhos em detrimento dos ganhos dos pequenos poupadores.” Em seguida, modula o timbre. Diz que, agora, a mudança ocorre sob “nova realidade”.

Como assim? Na opinião do deputado, o país convive com o risco de “mergulhar em uma crise econômica muita séria.” Freire declara que “a oposição e o PPS estão levando isso em consideração.” Daí, segundo ele, “a prudência em ser contra a mexida.” Se tudo correr como idealizado pelo governo e seus publicitários, Dilma vai caprichar ainda mais na pose de gladiadora dos juros miúdos.

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