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Segundo a Folha, PT ajusta seu discurso

Em editorial, jornal de Otávio Frias vê o partido comandado por Rui Falcão começando, aos poucos, a reconhecer seus errros, diante de uma realidade que os próprios dirigentes parecem cansados de negar

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247 - O PT estaria entregando os pontos e revendo seu discurso em relação ao mensalão. É o que o argumenta a Folha, em editorial publicado nesta segunda. Leia abaixo: 

Saia justa no PT

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Depois de negar repetidas vezes o mensalão, partido esboça discreta reformulação de discurso após o fim do julgamento no STF

Causa alguma surpresa a avaliação petista, expressa em carta convocatória para o congresso do partido, de que não foi plenamente elaborada pelos militantes "uma narrativa sobre o período histórico que se iniciou em 2003".

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A começar de seu líder máximo, o ex-presidente Lula, não parecem ter faltado ao PT recursos retóricos no sentido de celebrar aquilo que "nunca antes na história deste país" fora realizado e promovido.

Todavia, o documento interno do PT prossegue em tons de autocrítica, notando "a ausência de um balanço aprofundado de nossa experiência de governo".

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Não erraria quem tentasse ler nas entrelinhas alguma referência aos "erros" (como preferem dizer os petistas), ou melhor, aos crimes (como decidiu o STF) cometidos no episódio do mensalão.

Ainda aqui, entretanto, o mesmo documento insiste numa "narrativa histórica" fartamente repetida nos meios partidários.

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"Sabe-se", diz a carta, "que denúncias de corrupção sempre foram utilizadas pelos conservadores no Brasil para desestabilizar governos populares", como os de Getúlio Vargas e João Goulart.

Como "narrativa histórica", o texto omite o fato de que, se algum governo foi desestabilizado até a raiz por denúncias de corrupção, este foi o do "neoliberal" Fernando Collor, num escândalo que terminou com o processo de impeachment do presidente, para o qual o PT contribuiu com entusiasmo.

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Águas passadas, sem dúvida -das que não movem moinhos, muito menos lavam a roupa suja das administrações petistas. Resta observar, de todo modo, que algum desconforto se entrevê nas declarações das lideranças partidárias.

Rui Falcão, o atual presidente da legenda, notabilizou-se pelo modo belicoso com que sempre reagia aos fatos comprovados do mensalão. Nesta semana, entretanto, admitiu que o PT errou ao enveredar "por práticas comuns a outros partidos" e apontou a necessidade de mudar o sistema de financiamento das campanhas políticas.

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Pertencente a outra corrente partidária e conhecido pela falta de parcimônia nas manifestações verbais, o governador gaúcho Tarso Genro, por sua vez, declarou em entrevista à Folha que a agenda da sigla "não pode ser ficar a vida inteira explicando" o mensalão -que agora já "é história".

Verborragia à parte, o que se nota é um subterrâneo esforço de ajuste discursivo diante de uma realidade que o próprio PT já parece cansado de negar.

É o caso de perguntar se tais oscilações correspondem apenas ao período de campanha interna que antecede a convenção do partido ou -o que parece improvável- ao empenho concreto em rever os métodos escusos e a visão conspiratória a que lideranças e ativistas aderiram com tanta arrogância.

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