Singer: é preciso combinar defesa da democracia com retomada da economia
"Caso a probabilidade se confirme, tanto Fernando Haddad (PT, 16%) quanto Ciro Gomes (PDT, 13%) terão que conjugar duas necessidades antagônicas. De um lado, a de agregar todos os que rejeitam a volta da ditadura. De outro, romper com o bloqueio neoliberal quanto à política econômica", diz Singer em sua coluna na Folha de S. Paulo
247 - O cientista social e professor da USP André Singer avaliou neste sábado, 22, que parece claro que cabe a um dos candidatos do campo popular o comando do polo democrático contra a opção autoritária representada por Jair Bolsonaro.
"Caso a probabilidade se confirme, tanto Fernando Haddad (PT, 16%) quanto Ciro Gomes (PDT, 13%) terão que conjugar duas necessidades antagônicas. De um lado, a de agregar todos os que rejeitam a volta da ditadura. De outro, romper com o bloqueio neoliberal quanto à política econômica", diz Singer em sua coluna na Folha de S. Paulo.
"O debate posto no Brasil é semelhante ao que acontece mundo afora. Como tem se tornado comum depois de 2008, diante das crises, o neoliberalismo em lugar de recuar, se torna mais radical. Considera ser indispensável aprofundar a austeridade para, supostamente, corrigir problemas causados pela própria austeridade", avalia Singer.
Segundo ele, parte dos neoliberais é democrática e o seu concurso será relevante para brecar a ascensão dos que flertam com o fascismo à brasileira. "A posição da revista The Economist (Folha, 20/9) contra o bolsonarismo, por exemplo, ajuda a conformar o amplo arco que se levanta em favor das liberdades civis. Simultaneamente, porém, pressionam, por todos os meios e formas, para que os presidenciáveis populares beijem a cruz da "responsabilidade fiscal", com o que ficariam imobilizados", avalia.
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