Singer: ex-presidente marcou dois tentos na difícil partida que decidiu disputar
O cientista político e jornalista André Singer afirma que Lula acertou nas escolhas recentes que fez com vistas às articulações eleitorais; Singer acredita que o acordo com o PSB serviu para frear a possibilidade de uma fragmentação do campo progressista, numa configuração que dividiria mais as forças do que outra coisa; sobre Lula, Singer alerta: "em 2002, após três derrotas, dizia-se que Lula tinha teto (cerca de 30% dos sufrágios) e devia ceder a vez a alguém que pudesse superá-lo. Em 2018, o ex-retirante decidiu nadar de novo contra a corrente. Vamos ver quem é mais forte"
247 - O cientista político e jornalista André Singer afirma que Lula acertou nas escolhas recentes que fez com vistas às articulações eleitorais. Singer acredita que o acordo com o PSB serviu para frear a possibilidade de uma fragmentação do campo progressista, numa configuração que dividiria mais as forças do que outra coisa. Sobre Lula, Singer alerta: "em 2002, após três derrotas, dizia-se que Lula tinha teto (cerca de 30% dos sufrágios) e devia ceder a vez a alguém que pudesse superá-lo. Em 2018, o ex-retirante decidiu nadar de novo contra a corrente. Vamos ver quem é mais forte".
Leia trechos do artigo de André Singer, publicado no jornal Folha de S. Paulo:
"No dia 7 de abril deste ano, Luiz Inácio da Silva era preso no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Começava ali uma guerra particular. Lula, contra todos que o queriam fora do jogo, trataria de seguir na política, mesmo trancado numa sala da Polícia Federal em Curitiba. Passados quase quatro meses, ele marcou dois tentos na difícil partida que decidiu disputar (em vídeo gravado pouco antes de se entregar, ele lembrava que poderia, facilmente, ter saído do país). O gol mais recente foi impedir que o PSB (Partido Socialista Brasileiro) fechasse uma aliança com o cearense Ciro Gomes, candidato do PDT à Presidência. O primeiro foi a manutenção, até aqui, de uma intenção de votos, medida pelas pesquisas, em torno de 30%.
Ao contrário da possível dispersão causada pelo aprisionamento, o seu capital de sufrágios continua quase intacto. Utilizando a larga popularidade que detém em Pernambuco, Estado onde nasceu, Lula comandou com punho de ferro a desconstituição de uma aliança quase certa entre o partido criado por Miguel Arraes e o ex-governador do Ceará. Ajudado pelo fantasma da candidatura de uma neta de Arraes, a qual provavelmente inviabilizaria a continuidade dos pessebistas à frente do governo pernambucano, Lula enfraqueceu a postulação do seu ex-ministro de Integração Nacional."
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