Tereza Cruvinel: Veja fez espuma, mas não vencerá
"Como uma pedra atirada de mal jeito, agitará a superfície, produzirá espuma, mudará o curso de algumas correntes de votos mas não alcançará as águas profundas, onde o grosso do eleitorado já parece ter feito sua escolha", prevê a jornalista Tereza Cruvinel, colunista do 247; no entanto, ela faz uma ressalva; "Se acontecer o contrário? Será lamentável para a democracia brasileira, pois teremos assistido a uma anomia, à intervenção de forças e razões estranhas na definição de um resultado eleitoral"
247 - Colunista do 247, a jornalista Tereza Cruvinel prevê que o atentado contra a democracia, perpetrado pela revista Veja, não produzirá o efeito desejado. Leia, abaixo, sua análise:
O filme é velho e o tempo é curto
Ofensiva midiática não deve afetar a tendência da grande massa eleitoral
Por Tereza Cruvinel
A ofensiva midiática, a capa da Veja, o Jornal Nacional, não são novidades sem véspera de eleição. Em 2006, segundo as pesquisas, ganharia no primeiro turno. Não ganhou, depois que todas as emissoras de TV passaram o dia mostrando o dinheiro dos aloprados. Teve segundo turno, ele derrotou Alckmin, que até encolheu.
Agora, a coisa acontece no segundo turno. A tendência de alta de Dilma deu lugar a uma oscilação negativa nas pesquisas, depois da ofensiva midiática liderada pela revista Veja. O “efeito pedra no lago” desta articulação para virar o jogo na última hora surtirá efeito, propagando-se por toda a superfície eleitoral em tão poucas horas?
Não creio. Como uma pedra atirada de mal jeito, agitará a superfície, produzirá espuma, mudará o curso de algumas correntes de votos mas não alcançará as águas profundas, onde o grosso do eleitorado já parece ter feito sua escolha. É pouco provável, apesar da pesquisa CNT-MDA, uma queda vertiginosa de Dilma ou uma ascensão meteórica de Aécio por conta do que teria dito Alberto Yousef, sem apresentar provas: que ela e Lula sabiam do que se passava na Petrobrás, no esquema do corrupto Paulo Roberto Costa.
Se acontecer o contrário? Será lamentável para a democracia brasileira, pois teremos assistido a uma anomia, à intervenção de forças e razões estranhas na definição de um resultado eleitoral E isso valeria, da mesma forma, se outro candidato estivesse no lugar de Dilma e fosse alvo desta concertação para alterar o humor eleitoral a poucas horas do pleito.
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