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The Economist: 2020 será lembrado como o ano em que tudo mudou

Texto publicado na revista aborda reflexões sobre fatos trazidos à tona pela pandemia de Covid-19 como, por exemplo, a injustiça social: "algumas crianças ficaram para trás nas aulas – e muitas vezes passaram fome. Talvez seja por isso que, no passado, as pandemias provocaram revoluções. Quanto mais desigual é a sociedade, maior a convulsão"

The Economist: 2020 será lembrado como o ano em que tudo mudou (Foto: Amanda Perobelli/Reuters)

247 - Em texto publicado pela revista The Economist nesta quinta-feira (31), reflexões acerca do que revelou a pandemia de Covid-19 no mundo levou o periódico a afirmar que "2020 será lembrado como o ano em que tudo mudou".

A publicação destaca que "a produção econômica mundial está pelo menos 7% abaixo do que se previa, a maior queda desde a 2.ª Guerra" e ainda alerta para a crise climática, que pode ser ainda mais letal que a Covid-19. "O céu claro que surgiu quando a economia entrou em lockdown foi um símbolo poderoso de como a covid-19 é uma crise veloz se movendo dentro de uma crise lenta, à qual se assemelha em alguns aspectos. Assim como a pandemia, a mudança climática é impermeável a negações populistas, é global na disrupção que causa e, se for negligenciada agora, sairá muito mais cara no futuro".

Outro ponto levado em consideração pela revista é a injustiça social e sua ligação direta com a convulsão da sociedade. "A pandemia destacou a injustiça. Algumas crianças ficaram para trás nas aulas – e muitas vezes passaram fome. Os jovens que tiveram de abandonar a escola e os recém-formados viram suas perspectivas se estreitarem, mais uma vez. Em São Paulo, os brasileiros negros com menos de 20 anos têm duas vezes mais chances de morrer do que os brancos. E, se o desemprego disparou este ano, o índice MSCI dos mercados de ações mundiais aumentou 11%. Talvez seja por isso que, no passado, as pandemias provocaram revoluções. Quanto mais desigual é a sociedade, maior a convulsão".

Para a The Economist, governos pelo mundo afora devem, daqui em diante, "se inspirar nesse momento de reflexão, concentrando-se em políticas que promovam a dignidade individual, a autossuficiência e o orgulho cívico".